Funcionário do escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves (investigado por repasses ilegais para campanhas e despesas da senadora petista Gleisi Hoffmann e do ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, marido da parlamentar), o administrador Marcelo Maran fechou acordo de delação premiada com a força-tarefa da Procuradoria-Geral da República, em Brasília. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
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Maran é um dos investigados na Operação Custo Brasil, suspeito de integrar um esquema criminoso que desviaria dinheiro em contratos de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento. A operação é um desdobramento da Lava Jato.
O administrador era o encarregado da contabilidade do escritório de Gonçalves. Conforme informações publicadas pela Folha, Maran detalhou aos procuradores "o que seria o caminho da propina para a senadora e o ex-ministro". O acordo de colaboração aguarda homologação do relator da operação no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro José Antonio Dias Toffoli.
A publicação pontua que Maran entregou aos procuradores notas fiscais forjadas para justificar gastos de campanha do casal, além de indicar o destino de montantes que teriam sido sacados na boca do caixa. O delator também passou informações sobre o esquema dos contratos de crédito consignado e corrupção envolvendo empresas de transporte público do Paraná. Todos os depoimentos teriam sido gravados em vídeo.
Maran foi preso em 15 de agosto de 2016, mas saiu da cadeia em dezembro, depois que a 11ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região lhe concedeu um habeas corpus.
DEFESA
A defesa de Gleisi Hoffmann afirmou que "não vai comentar vazamento de possível acordo de delação que sequer foi homologado" e que sua cliente nunca teve contato com Maran. A advogada de Paulo Bernardo, Veronica Sterman, por sua vez, disse que seu cliente nega as informações.