O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concluiu, no fim da noite desta quarta-feira (13), uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer. O documento é baseado nas delações de executivos da JBS e no depoimento do corretor de valores Lúcio Funaro. A peça tem mais de 200 páginas e, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, o peemedebista será acusado pelos crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça.
Esta é a segunda denúncia apresentada por Janot contra Temer baseada nas delações dos executivos da JBS. Os dados de Lúcio Funaro serviram como complemento ao que se tinha antes. A primeira denúncia apresentada por Janot foi rejeitada em votação na Câmara dos Deputados.
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Constitucionalmente, caso 342 deputados concordarem, a denúncia é apresentada ao Supremo. A Câmara pode demorar a enviá-la para o Supremo Tribunal Federal (STF), que adiou nesta quarta a votação sobre a validade das provas apresentadas no primeiro depoimento da JBS.
Provas em xeque
A delação está sendo questionada por causa do vazamento de um áudio que continha uma conversa entre Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud, que indicam atuação de Marcelo Miller no acordo de delação quando o advogado ainda era procurador, cargo que deixou em 5 de abril.
Miller nega que tenha usado o cargo para favorecer a JBS. Para a Procuradoria-Geral da República, há indícios de que o advogado tenha cometido o crime de exploração de prestígios. Joesley e Saud tiveram prisão decretada pelo ministro Edson Fachin, que negou o mesmo pedido para o ex-procurador.