Após a maioria do TRF-4 votar pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), afirmou que o julgamento não foi imparcial. "Estamos tendo uma repetição do que aconteceu com Sérgio Moro, um processo sem crime estabelecido, sem provas de ter cometido qualquer irregularidade, tínhamos expectativa de que fosse imparcial, mas aparentemente estão caminhando por aí", disse o petista em entrevista à Rádio Jornal.
Humberto ainda disse ter ficado surpreso pelos votos pedirem a ampliação da condenação de Lula para 12 anos e um mês de reclusão. "O segundo voto vai como se houvesse um acerto de que as decisões fossem iguais para não permitir maiores recursos, embargos, aquilo que a lei faculta a cada um dos réus", comentou.
Sobre Lula não participar das eleições deste ano pela possibilidade de ficar inelegível pela lei da Ficha Limpa, o pernambucano afirmou que cabe apenas à Justiça Eleitoral, leia-se Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Essa decisão não é tomada agora, vai ser quando ele registrar candidatura e quando alguém fizer alguma impugnação. É aí que todos os prazos correm, amanhã temos a reunião da executiva e o pensamento é manter a candidatura Lula nos mesmos moldes que estamos agora", destacou.
Por unanimidade, TRF-4 decidiu manter condenação de Lula
Humberto ainda rechaçou a possibilidade de prisão do ex-presidente. "Temos vários condenados em segunda instância que não estão presos, a decisão do STF não obriga a prender alguém condenado em segunda instância, dá possibilidade, mas há questionamentos," disse. "Acho que seria uma provocação desnecessária um pedido de prisão, pois iria aumentar o caldeirão que vivemos no Brasil, estão querendo decidir o rumo do País", completou Humberto.
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Ele ainda disse que Lula está "animado, otimista" e já estava com certo convencimento de que o resultado não seria favorável. "Aguardamos que prevaleça o bom senso, mas ele já encarava que a possibilidade podia acontecer, passando otimismo e mostrando estar decidido a continuar lutando pelo direito de ser candidato", concluiu.
