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'Vejo gente querendo explorar eleitoralmente', diz Marun sobre greve dos caminhoneiros

O ministro Carlos Marun ainda disse que o Governo Temer é responsável e não trabalha com hipótese de saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras

Da editoria de Política
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Publicado em 29/05/2018 às 11:48
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O ministro Carlos Marun ainda disse que o Governo Temer é responsável e não trabalha com hipótese de saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras - FOTO: Foto: ABr
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O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Carlos Marun, disse que candidatos "tentam surfar na onda" da greve dos caminhoneiros. Em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta terça-feira (29), o ministro destacou que o governo não trabalha com a hipótese de saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras e criticou a atuação do governador de São Paulo, Márcio França (PSB), que tenta assumir o protagonismo das negociações com os caminhoneiros do Estado.

"Márcio França, num primeiro momento, contribuiu. Nos apresentou lideranças e tomei conhecimento de pleitos importantes. Mas agora as atitudes dele estão mais atrapalhando do que ajudando. Se ele quer contribuir, baixe o preço do ICMS e reduza em São Paulo o preço do valor do Diesel. Vejo gente querendo explorar eleitoralmente essa questão, o governador tem condições de fazer muitas coisas, a maior parte dos impostos são estaduais, os federais nós zeramos", disse Marun.

Candidato à reeleição, Márcio França se reuniu pelo menos três vezes com representantes do movimento. No sábado, recebeu emissários da categoria e chegou a acertar um acordo que antecedeu a proposta feita, no fim da noite de domingo, pelo presidente Michel Temer. Em paralelo às negociações, o governador usou suas redes sociais para divulgar a tentativa de liderar a resposta à crise. No Twitter, ele destacou notícias favoráveis ao seu papel nas negociações e elogios de internautas, além de divulgar pronunciamentos sobre a greve. No Facebook, França aderiu à hashtag somostodoscaminhoneiros, em defesa do movimento.

Para Carlos Marun, governador de São Paulo pode estar insatisfeito por não ter sido celebrado o acordo no Palácio dos Bandeirantes e por isso toma "atitudes que mais atrapalham do que ajudam".

PEDRO PARENTE

Questionado sobre os pedidos de saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras, Marun disse que o governo não trabalha com essa hipótese. Pré-candidato ao Planalto pelo PDT, Ciro Gomes criticou a política de preços adotada pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente durante entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, na noite dessa segunda-feira, 28. Ciro disse que a política equivocada de Parente favorece importadores, que empurram "esse preço absurdo e criminoso" para os consumidores e chegou a pedir a demissão do presidente da Petrobras. 

Marun rebateu Ciro e disse que vê candidatos tentando surfar na onda da greve. "Na verdade, esse é um jogo onde ninguém ganha com isso, pelo menos politicamente. Então começa gente a querer tirar casquinha. Pedro Parente é um executivo com muita competência e recuperou a Petrobras. Ele estabeleceu uma política de preço que em certo momento, principalmente com elevação do preço do petróleo internacional, se tornou incompatível com a realidade econômica brasileira. Todavia a política de preços para é responsabilidade do governo ele como presidente da Petrobras tem de defender a empresa. Pedro Parente está agindo num momento de dificuldade tentando ajudar sem inviabilizar a empresa. É executivo de alto calibre e nesse momento é mais necessária a presença dele para a empresa se recuperar", ressaltou o ministro.

Ouça a entrevista:

LOCAUTE

Nesta manhã, Marun participa de reunião do Grupo de Acompanhamento da Normalização do Abastecimento, no Palácio do Planalto. Ministros de várias áreas como segurança pública, defesa, transportes, saúde e trabalho discutem a situação do país no momento em que os caminhoneiros entram no nono dia de protestos. Eles atualizam as ações para enfrentar mais um dia de desbloqueio em estradas, após a negociações para encerrar os protestos pela alta dos combustíveis.

Nos últimos dias o governo anunciou medidas para atender à pauta de reivindicações dos caminhoneiros. No domingo (27), presidente Temer anunciou a decisão de congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro. O governo concordou ainda em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário.

"Já são evidentes casos de locaute, onde o empresário se aproveita do movimento para conseguir condições mais favoráveis à sua atividade e isso é proibido, é crime. Quem nos trouxe essa posição foi a Polícia Federal e tenho certeza que muitas punições acontecerão. O movimento (dos caminhoneiros) foi vitorioso, teve atendida suas reivindicações, são conquistas históricas para a categoria e faz com que todas as lideranças responsáveis estejam hoje apoiando o fim do movimento. Temos notícias de pontos em que os caminhoneiros são reféns e são ameaçados por elementos armados e uma investigação mais profunda e está acontecendo", disse Marun ao ser questionado sobre o motivo pelo qual a greve não termina.

Conhecido como "pit bull" do presidente Michel Temer, Marun ainda fez questão de ressaltar que o governo já fez o que pudia fazer. "Queremos que os caminhões voltem a circular, a abastecer a população", disse.

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