Nas alegações finais apresentadas, nesta sexta-feira (24), ao Supremo Tribunal Federal (STF), em ação contra a senadora e presidente do Partido dos Trabalhadores Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ex-ministro Paulo Bernardo e o empresário Ernesto Rodrigues, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, a perda do mandato da senadora. além da condenação e o pagamento de R$ 4 milhões por reparação de danos materiais e morais por parte de todos os réus.
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A denúncia - uma das 35 apresentadas ao STF no âmbito na Operação Lava Jato - foi recebida pela Corte em fevereiro. Segundo o Ministério Público, o esquema que viabilizou o pagamento da propina de R$ 1 milhão teria sido usado na campanha de Gleisi Hoffmann ao Senado, em 2010.
Investigação
Assim como em outros casos, objeto de apuração na Lava Jato, no caso da senadora, as provas revelaram que o dinheiro saiu de empresas que tinham contratos com a Petrobras. O valor arrecadado pelo então diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, foi posteriormente repassado ao doleiro Alberto Youssef, que era o operador no esquema dentro da diretoria. Coube a ele fazer o repasse a Ernesto Rodrigues.
As investigações revelaram que o dinheiro foi entregue em espécie, de forma parcelada e não foi registrado na prestação de contas da candidata.
A PGR defende ainda que as penas para Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo sejam agravadas devido a longa experiência de ambos como políticos. Também foi solicitada a perda da função pública dos réus.
Na manifestação, a PGR enfatiza, ainda que os prejuízos decorrentes de corrupção são difusos, afetando a ordem econômica e a Administração Pública. O montante apontado pela procuradoria equivale a quatro vezes o valor da propina.