O senador Armando Monteiro (PTB) acusou, nesta quarta-feira (22), durante discurso no plenário do Congresso Nacional, o governador Paulo Câmara (PSB) de terceirizar a culpa pelo assalto cinematográfico à empresa Brinks, ocorrido um dia antes. Provável candidato a governador em 2018, o petebista atribuiu o episódio à omissão do governo estadual na gestão da segurança, o que, segundo ele, incentiva ações criminosas. Por outro lado, propôs “uma união suprapartidária da classe política pernambucana para ajudar a superar a grave crise da segurança pública local”.
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Disse não estar fazendo uso político da situação e destacou que a percepção da fragilidade das instituições de segurança em Pernambuco estimula o criminoso a ousar cada vez mais. Um dia antes, o promotor de Execuções Penais, Marcellus Ugiette, havia feito a mesma leitura. Para Armando Monteiro, “na ausência do Estado, o crime prospera”.
No discurso, o senador afirmou que “há uma sensação de descontrole ou de ausência de um comando central ao se alegar uma terceirização de responsabilidades, atribuindo-as à empresa de transporte de valores e à fiscalização da Polícia Federal e relativizando as responsabilidades do Estado”. Segundo ele, o “cenário somente contribui para o aumento da criminalidade e está deixando o cidadão pernambucano atemorizado e acuado”.
Destacou que a criminalidade e a violência crescem de forma assustadora e que “a reação do governo estadual tem sido tímida e débil”. Lembrou a ocorrência, somente em janeiro último, de 479 homicídios no Estado, uma média diária de quase 16 mortes, com um crescimento de 35% sobre o mesmo mês de 2016. Citou ainda os quase 200 assaltos a ônibus em janeiro, o dobro do mesmo mês de 2016.
São Paulo, Mato Grosso e Alagoas melhoraram segurança, alega senador
Declarou que, em termos relativos, Pernambuco registra uma taxa de homicídios quase 60% maior do que a média nacional e supera até São Paulo. “O que o governo estadual não admite é haver uma enorme disparidade das taxas de homicídios entre os estados e que a gestão direta dos governantes no encaminhamento das soluções pode produzir bons resultados, como está ocorrendo, por exemplo, em Alagoas, Mato Grosso e São Paulo, que têm obtido avanços na redução das taxas de criminalidade nos últimos anos”.