Com a mudança do Pjes, o governo neutraliza uma das principais ferramentas de pressão das associações de militares. Proibidas de promover greves, as entidades usavam a recusa da jornada extra por parte dos PMs, que é facultativa, para pressionar o governo. A estimativa da Associação de Cabos e Soldados (ACS) é que apenas 10% das 14 mil cotas de jornada extra disponíveis na PM estão sendo executadas desde outubro, início do movimento reivindicatório.
Presidente da ACS, Albérisson Carlos criticou duramente a proposta. "Não vai fazer reduzir a criminalidade. Porque o policial sabe que a qualquer momento ele pode perder essa gratificação, inclusive ao levar um tiro e sair das ruas. Como o governo quer que ele tenha disposição de enfrentar o crime organizado?", questionou.
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Albérisson também se queixa que a categoria não foi procurada pelo governo para tratar das mudanças. "A gente lamenta porque isso prova que o governo tinha dinheiro e poderia ter investido num salário decente para o policial."
REUNIÃO
Joel da Harpa convocou para esta quarta (3) uma reunião com os PMs, às 14h, no Clube Português, que terá o texto como um dos focos. "Vou reunir toda a categoria. A não ser que o Estado também queira me prender", criticou ontem, ao citar a prisão de Albérisson durante uma assembleia no ano passado.