O prefeito de Paulista, Junior Matuto (PSB) afirmou que tem a consciência tranquila em relação à duas decisões da Justiça Eleitoral que determinaram a perda do seu mandato e do vice-prefeito, Jorge Carrero (PCdoB).
"Eu estou muito tranquilo quanto a isso. Primeiro fizemos uma eleição enxuta, com total transparência e um volume de
acordo com as doações. Porque tem gente que prega o falso moralismo, bota um mundo de campanha na rua e na hora de prestar conta é um verdadeiro paradoxo", disse o prefeito, em debate na Rádio Jornal nesta quinta-feira (13).
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No último dia 12 de junho, juiz da 12ª Zona Eleitoral, em Paulista, Leonardo Asfora, acatou um pedido de cassação com base na rejeição de contas de campanha da chapa Júnior Matuto e Carreiro. Em nota, porém, o prefeito havia informado que o TRE reexaminou o julgamento da prestação de contas para aprová-las, o que, segundo a defesa do prefeito, tornaria sem efeito a sentença de cassação. O Partido Trabalhista Nacional (PTN) e o Partido Humanista da Solidariedade (PHS), alegando irregularidades na campanha, entraram com outra pedindo a impugnação do mandato letivo (AIME) em dezembro de 2016, acatada pelo juiz Leonardo Asfora.
O prefeito se defendeu alegando que na segunda instância a prestação de contas da sua campanha em 2016 foi aprovada. "Fizemos nossa prestação de contas onde foi avaliada na primeira instância por um técnico, no dia que nos fomos sentenciados pela primeira instância. O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) já tinha julgado por 6 a 0 aprovando nossas contas de campanha. Quem avaliou foi um técnico na primeira instância. Na segunda instância foi uma câmara de 5 técnicos do TRE e foi aprovado", disse Júnior Matuto.
Já no dia 29 de junho, o mesmo juiz, em outra ação, decretou a perda dos mandatos do prefeito e vice por abuso de poder econômico no pleito de 2016. Ele considerou que houve a “utilização de verba não contabilizada, de forma sistemática, e em valores considerados, doação empresarial indireta em valores expressivos, doações realizadas com indícios de ausência de capacidade econômica e outras por servidores diretamente ligados ao ente municipal (prefeitura), e ainda realização de despesas sem vinculação específica”. A Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) foi movida pelo candidato derrotado Severino Ramos (PTB), que ficou em segundo na corrida eleitoral de 2016 com 24,84% dos votos válidos – Júnior Matuto venceu o pleito com 47,7% dos votos válidos.
Campanha
Segundo Matuto, foi realizada uma campanha vitoriosa "onde a vontade do povo foi soberana". "Pela primeira vez um prefeito consolida uma reeleição na cidade. No cenário de pernambuco, 72% dos prefeitos não se reelegeram, inclusive alguns não tiveram nem a capacidade de ir para a reeleição, jogaram a toalha. Ganhamos a primeira eleição com 30 mil votos de frente para o segundo colocado e na segunda mesmo diminuindo o percentual foram 30 mil votos de frente", contou.
O prefeito criticou de forma genérica os "derrotados" nas eleições. "Quando foram deputados não botaram uma emenda parlamentar para a cidade, não fizeram um gesto para o município, tiveram oportunidade de ajudar Paulista e não ajudaram, ai somem, se comportam como copa do mundo, que aparece de 4 em 4 anos. Ninguém é santo e bondoso só no período de campanha não. Nós estamos muito tranquilos, estamos acompanhando e eu acredito na Justiça", completou o prefeito.