Enquanto uma frente parlamentar em defesa da Chesf, composta por deputados governistas, planeja uma representação no Ministério Público Federal (MPF) e uma ação civil pública na Justiça Estadual pedindo o embargo da privatização da estatal, a oposição promete mirar o tema da venda de empresas públicas de volta para o Palácio do Campo das Princesas com a criação de uma frente parlamentar contra a privatização da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás).
Um plano do BNDES com adesão do governo do Estado prevê que o leilão de privatização da Copergás ocorra no fim do segundo trimestre de 2018. A oposição promete cobrar coerência do PSB, que tem atuado contra a privatização da Chesf, tocada pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, que planeja deixar o PSB para ser candidato de oposição ao governador Paulo Câmara (PSB) em 2018.
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“Vamos criar aqui na Casa a frente em defesa da Copergás. A gente observa que o governo do PSB dá sinais da possibilidade de privatizar a companhia, que é um órgão importante, que deixa quase R$ 500 milhões de recursos para o Estado. Esse debate também precisa ser feito”, anunciou, ontem, o líder da oposição, Sílvio Costa Filho (PRB).
COBRANÇA
O processo de privatização da Copergás tem impacto político porque pode expor o discurso contra a venda de empresas públicas que o PSB tem adotado no caso da Chesf para se diferenciar dos adversários da família Coelho. Tanto Lucas Ramos, quanto o deputado federal Danilo Cabral (PSB), que coordenam as frentes em defesa da distribuidora de energia na Alepe na Câmara Federal, integram o núcleo palaciano mais próximo ao governador Paulo Câmara.
“Nós não podemos ter companheiros, até do próprio PSB, que defendem nacionalmente a não-privatização da Chesf e que defendem aqui a privatização da Copergás”, afirmou Sílvio Costa Filho ontem, ao dar o tom do discurso que deve ser usado pela oposição. O grupo em defesa da Copergás, porém, ainda precisa passar no plenário de maioria governista.