Coincidência

Enquanto a PF realizava megaoperação, prefeitos da Mata Sul debatiam problemas da região

Grupo se reuniu com o presidente da Compesa e representante do governo do Estado. Encontro foi mobilizado pelo bispo de Palmares

Renata Monteiro
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Renata Monteiro
Publicado em 10/11/2017 às 0:45
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Grupo se reuniu com o presidente da Compesa e representante do governo do Estado. Encontro foi mobilizado pelo bispo de Palmares - FOTO: Foto: Divulgação
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Por coincidência, no mesmo dia em que a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Torrentes em Pernambuco, 12 dos 24 prefeitos da Mata Sul do Estado reuniram-se - a pedido do bispo de Palmares, Dom Henrique Soares da Costa - para discutir estratégias para a reconstrução e desenvolvimento da região. No encontro, que também contou com a presença do presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares, e do secretário-executivo de coordenação da Casa Civil, Marcelo Canuto, os gestores debateram estratégias para lidar com problemas comuns a todos eles, como segurança, crise econômica e atraso na construção de barragens. Ainda sem dados consolidados sobre a ação policial que estava em curso, os comentários acerca dela foram feitos apenas informalmente na ocasião.

Uma das questões debatidas na reunião, a retomada das obras das barragens, mostrou-se uma das principais preocupações de todos os administradores municipais que estiveram em Palmares. O secretário-geral da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Eduardo Tabosa, informou, no entanto, que o desassossego dos prefeitos foi amenizado pelo presidente da Compesa, que se esforçou em apresentar soluções para as dificuldades.

“Em sua fala, Roberto Tavares disse que os projetos das quatro barragens que ainda não foram concluídas estão sendo revistos e, em breve, os objetos dessas reavaliações serão divulgados. Outro ponto que ele fez questão de mencionar é que a bancada pernambucana no Congresso colocou R$ 220 milhões em emendas parlamentares impositivas (de liberação obrigatória pela União) à disposição do governo do Estado para que os recursos sejam utilizados na construção das represas”, explicou Tabosa.

O representante da CNM ressaltou, entretanto, que não é possível garantir a execução das obras já em 2018, uma vez que o orçamento só será liberado em março e, a partir de 30 de abril, todo repasse federal para projetos que não estão em andamento será suspenso, pois não se inicia obra em período eleitoral, regra imposta pela legislação. Para que o trabalho seja iniciado no primeiro semestre do ano que vem, os projetos devem ter sido licitados e já estar com serviços em andamento entre a data de liberação da verba e o fim de abril, o que é pouco provável.

"Não temos recursos"

Após a reunião, ainda com poucas informações sobre a operação da PF, o prefeito de Palmares, Altair Júnior, se mostrou preocupado com os indícios de fraudes e desvios de recursos para a recuperação de cidades devastadas pelas inundações. “Pelo que soube a operação é baseada em dinheiro que deveria ter sido usado para concluir barragens, para resolver coisas que ficaram pendentes desde 2010 em toda região”, lamentou.

“Nós temos em Palmares uma área rural muito grande, temos estradas precisando ser melhoradas, várias pontes que caíram e essas são demandas que o município não tem como atender, não temos recursos pra isso”, completou Altair Júnior.

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