SOLTURA

Após cinco dias, presos da Operação Torrentes são soltos

O MPF chegou a solicitar a prorrogação das prisões, mas o pedido foi negado pela Justiça

JC Online
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Publicado em 14/11/2017 às 15:04
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O MPF chegou a solicitar a prorrogação das prisões, mas o pedido foi negado pela Justiça - FOTO: Foto: Luiz Pessoa/JC Imagem
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Treze pessoas que estavam em prisão temporária no âmbito da Operação Torrentes foram liberadas nesta terça-feira (14), cinco dias após o cumprimento dos mandados pela Polícia Federal. O Ministério Público Federal (MPF) chegou a pedir à 36ª Vara Federal a prorrogação das prisões, mas a juíza Carolina Souza Malta negou.

A ação investiga supostas fraudes em contratos de assistência às vítimas das enchentes na Mata Sul pernambucana em 2010 e 2017, com foco na Secretaria da Casa Militar. A apuração começou a partir de um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) em 2016 apontando irregularidades como superfaturamento em 15 licitações entre 2010 e 2015.

Deixaram a Academia Militar, em Paudalho, os coronéis Fábio de Alcântara Rosendo, secretário-executivo de Defesa Civil, e Roberto Gomes de Melo Filho, que era coordenador administrativo da Casa Militar em 2010. A quebra dos registros telefônicos de Melo Filho, hoje gerente geral de Esportes e Lazer no governo Paulo Câmara, levou a Polícia Federal a um elo com o PSB.

Acabou ainda a prisão domiciliar do tentente-coronel Laurinaldo Félix do Nascimento, coordenador administrativo da secretaria. Ele estava usando tornozeleira eletrônica porque estava em tratamento médico.

O coronel Waldemir José Vasconcelos de Araújo, secretário-executivo de Defesa Civil em 2010, já havia conseguido o habeas corpus no último sábado (11). Na decisão, a juíza cita a existência, segundo o MPF, de três núcleos no suposto esquema.

Além do militar, haveria dois empresariais. O maior seria o formado pelas empresas FJW-RADAR-DTI, em que tiveram liberdade do Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) e da Colônia Penal Feminina do Recife: Antonio Trajano da Rocha Neto, Heverton Soares da Silva, Ítalo Henrique Silva Jaques, João Henrique dos Santos, Ricardo Henrique Reis dos Santos e Taciana Santos Costa.

O dono da FJW, Ricardo José de Padilha Carício, já havia ficado preso por duas semanas entre setembro e outubro, por causa da Operação Mata Norte, em que a sua empresa também é investigada, e voltou a ser preso no Cotel desta vez, mas também foi solto nesta terça-feira. Rafaela Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha, mulher dele, também teve a prorrogação da prisão temporária negada e deixou a Colônia Penal Feminina do Recife.

Do suposto núcleo da T&R-Megabag, Roseane Santos de Andrade e Antonio Manoel de Andrade Júnior também saíram da prisão.

Apesar de ter negado a prorrogação da prisão, a magistrada, pediu que fosse enviado ofício à 13ª Vara Federal pedindo o compartilhamento de provas da Operação Mata Norte, que apura supostas fraudes na compra de merenda escolar no município de Lagoa do Carro e tem como alvos as mesmas empresas.

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