"Não vou dizer que no meu governo não tem corrupção", diz Jair Bolsonaro
Presidente muda o tom do discurso, que antes não admitia a possibilidade de corrupção no Governo Federal
Durante conversa com apoiadores, Jair Bolsonaro (PL) admitiu a possibilidade de haver corrupção no seu governo. O presidente disse ser impossível saber de tudo que se passa na sua administração, destoando das negativas constantes sobre irregularidades na sua gestão. Na véspera, o chefe do executivo foi criticado no Recife por Sérgio Moro (Podemos) no quesito anticorrupção.
"Não vou dizer que no meu governo não tem corrupção, porque a gente não sabe o que acontece, muitas vezes. Mas, se tiver qualquer problema no meu governo, a gente vai investigar isso", disse Jair Bolsonaro em Brasília.
A fala em questão foi dada em resposta a um apoiador. O homem alega ter entregado um pen drive com uma suposta acusação de corrupção.
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O presidente alegou que, com a amplitude do Governo Federal, não poder garantir a inexistência de irregularidades com relação a todos os colaboradores. "Eu não posso dar conta de mais de 20 mil servidores comissionados, mais ministérios com 300 mil funcionários. A grande maioria são pessoas honestas", justificou.
No dia anterior, em palestra realizada no Recife, Sérgio Moro (Podemos) criticou Jair Bolsonaro no quesito anticorrupção. O pré-candidato disse que o ex-chefe "não dá a mínima para o combate à corrupção".
Enquanto isso, o Governo Federal foi alvo de escândalos durante este ano. Além da uma suposta tentativa de superfaturamento na compra de vacinas contra a covid-19, o chamado orçamento secreto, também é alvo de críticas pela falta de transparência e fiscalização.
O discurso desta segunda destoa das falas anteriores de Jair Bolsonaro. No dia 7 de outubro de 2020, ele disse: "eu acabei com a Lava-jato porque não tem mais corrupção no governo". Já no dia 15 do mesmo mês, se defendeu: "Não tem corrupção no meu governo, não tem corrupção".