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Islândia quer fim da caça às baleias a partir de 2024; saiba quais países ainda permitem a caça

Estabelecidas pela última vez em 2019, as cotas islandesas autorizam a caça de 209 baleias-comuns por ano

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AFP

Publicado em 04/02/2022 às 15:55
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Um dos três países do mundo, junto com Noruega e Japão, que continua a caçar baleias comerciais, a Islândia pretende pôr fim a esta atividade a partir de 2024, em função da queda na demanda - anunciou a ministra da Pesca, Svandis Svavarsdottir, nesta sexta-feira (4).

Há três verões consecutivos - a temporada de captura habitual - os arpões praticamente pararam nas águas da imensa ilha do Atlântico Norte, apesar das grandes quotas para o período atual (2019-2023).

Isso se deve à retomada da caça comercial no Japão - o principal mercado de carne de cetáceos -, bem como à entrada em vigor de uma zona costeira na qual a pesca é proibida, o que obriga a ir mais longe no mar.

"Há poucas razões para continuar autorizando a caça de baleias a partir de 2024", ano em que as atuais cotas de pesca permitidas expiram, declarou Svandis Svavarsdottir, membro do partido ambientalista da Islândia, em um artigo publicado na imprensa local.

"Há poucas evidências de que haja interesse econômico em continuar praticando esta atividade", acrescentou a ministra.

Islândia, Noruega e Japão são os únicos países do mundo que permitem a caça à baleia, apesar das críticas recorrentes de ativistas ambientais e defensores dos animais, alertas sobre a toxicidade da carne e um mercado em retração.

Estabelecidas pela última vez em 2019, as cotas islandesas autorizam a caça de 209 baleias-comuns por ano, o segundo maior mamífero depois da baleia azul, e de 217 baleia-de-minke, um dos cetáceos menores. Estes números ficarão em vigor até 2023.

Há três anos, porém, as duas empresas que detêm as licenças na Islândia estão paradas. Uma delas anunciou há dois anos que estava encerrando sua atividade.

E, nas últimas três temporadas de verão, apenas uma baleia-de-minke foi caçada, em 2021.

O motivo é a dura concorrência do Japão, principal mercado de carne de baleia. A caça comercial foi retomada no país em 2019, depois que Tóquio se retirou da Comissão Baleeira Internacional (CBI).

Este órgão proibiu a caça comercial de baleias em 1986, mas a Islândia, que se opôs à moratória, a retomou em 2003.

A caça à baleia azul, proibida pela comissão, também é proibida na Islândia.

Em 2018, o último verão de caça significativa em águas islandesas, 146 baleias-comuns e seis baleias-minke foram mortas.

A Islândia, uma ilha de 370.000 pessoas com sua economia cada vez mais voltada para o turismo, está vendo uma crescente indústria de observação de baleias para visitantes estrangeiros.

A situação da caça na Noruega também está estagnada há vários anos. Os baleeiros estão lutando para cobrir as cotas concedidas pelo governo e o número de navios envolvidos nessa atividade controversa continua diminuindo.

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