Foto: Arquivo Pessoal
O pai de Jessyca Dias, primeira transexual a conseguir ter o direito de usar o nome social em Jundiaí, São Paulo, ia com ela para a balada, bares e em outros passeios. O sapateiro Arlindo Dias tomou a decisão depois que a filha passou por um caso de agressão. "Uma vez fui agredida, puxaram meu cabelo e eu levei uma rasteira. Só não apanhei mais porque tinha gente por perto e eles me protegeram. Depois disso meu pai ficou medo e passou a me acompanhar em alguns lugares", contou Jessyca ao G1.
Desde que se aceitou como trans, aos 15 anos, Jessyca recebeu total apoio da família. O pai conta que desde quando era pequena, já havia percebido que ela era diferente. Com 32 anos, a transexual já passou por muitas barreiras até conseguir conquistar os seus direitos. Passou ainda por acompanhamento psicológico e frequentou sessões de terapia. Só para alterar o nome nos documentos foram quatro anos de processo na Justiça.
Vitória conquistada
"Felizmente não precisamos chegar até o Supremo. Nós conseguimos a vitória na segunda instância, no Tribunal de Justiça de São Paulo, que concedeu o direito a Jessyca de usar o nome e mudar o gênero na sua certidão de nascimento", disse a advogada Rose Gouvêa, que cuidou do caso.
Para seu Arlindo, a felicidade da filha é mais importante do que a opinião dos outros. "Minhas duas filhas são as coisas mais importantes da minha vida", afirma.
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