Baixas por lesões na Copa do Mundo são mais comuns do que se imagina

Maria Lua Ribeiro
Publicado em 11/05/2018 às 13:22
Foto: AFP


O lateral-direito do Paris Saint-Germain, Daniel Alves não vai poder se juntar à delegação da Seleção Brasileira devido a uma lesão no joelho, que vai exigir um tempo de recuperação do jogador coincidindo com as datas dos preparativos para o Mundial. No dia 21 de maio os jogadores convocados se apresentarão na Granja Comary, em Teresópolis, no Rio de Janeiro. No dia 27, a delegação viaja para Londres e dá início aos trabalhos para os amistosos que ocorrem nos dias 3, 10 e 11 de junho.

Daniel Alves não vai jogar a Copa do Mundo na Rússia

O lateral, ainda que tivesse condições que retornar aos gramados antes da data de estreia do Brasil, no dia 17 de junho diante da Suíça, em Rostov-on-Don, ficaria sem poder disputar os amistosos devido ao tratamento. A Seleção se apresenta no dia 21 de maio, na Granja Comary, em Teresópolis, e joga nos dias 3 e 10 do mês seguinte. A recomendação do médico da Seleção, Rodrigo Lasmar, é que Dani repouse totalmente por pelo menos três semanas.

Dani Alves sofreu uma entorse no ligamento cruzado anterior no joelho direito, na final da Copa da França, com a vitória de 2x0 do Paris Saint Germain sobre o Les Herbiers. O prazo estabelecido para a recuperação do lateral era arriscado e se ele fosse convocado, não poderia disputar os amistosos que antecedem o início da maratona no Mundial. É necessário mais tempo para que ele possa voltar aos gramados, um pouco antes do início da Copa do Mundo. O Brasil vai estrear na competição no dia 17 de junho.

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Baixas na Copa do Mundo

Não é de hoje que o Brasil passa maus bocados às vésperas do maior torneio esportivo do mundo. O corte de Daniel Alves dias antes da estreia no Mundial da Rússia amplia uma relação que começou em 1962, no Chile, quando nem mesmo Pelé escapou de contusões. O histórico de baixas às vésperas da Copa e durante o torneio é recorrente, e desde a edição da Copa do Mundo no Chile, que em apenas três mundiais o Brasil não precisou se preocupar com desfalques no elenco.

1962: Pelé (Chile)

Nem mesmo a sobrenaturalidade do maior jogador de todos os tempos escapou do fantasma da lesão. Em 1962, no Chile, Pelé acompanhou o segundo título da futura seleção Pentacampeã de fora das quatro linhas. No segundo jogo que o Brasil realizou na edição do Mundial daquele ano, enfrentando a Tchecoslováquia, o Rei sofreu uma lesão muscular que acabou tirando-o de toda a Copa de 1962. Pelé foi substituído por Amarildo que se juntou a Garrincha e fez história na Seleção Brasileira a partir de então. A dupla foi fundamental para que a Canarinho pudesse sagrar-se bicampeã mundial.

1966: Pelé (Inglaterra e Reino Unido)

Novamente o Rei foi alvo de lesão, quatro anos após a conquista do Bicampeonato. Dessa vez, Pelé se machucou na Inglaterra. O incidente aconteceu após uma jogada de forte marcação, colocada por muitos como dura e desleal pelos seus adversários. O zagueiro Morais da seleção de Portugal, foi o responsável por parar Pelé e deixar o craque chorando de dor nos gramados do Goodison Park, em Liverpool. A lesão que tirou o ídolo do campo foi no joelho direito. A Seleção teve um final trágico na edição da Copa do Mundo de 1966. Além da contusão do melhor jogador da história, o Brasil ainda sofreu a eliminação ainda na fase de grupos (única vez em que a Canarinho se despediu do torneio nesta fase), justamente no duelo contra Portugal.

1970: Rogério (México)

O ponta do Botafogo-RJ Rogério, ficou conhecido como o 23º jogador da Copa de 70. Ele foi cortado antes do prazo final para as inscrições do plantel canarinho para o Mundial daquele ano, no México. Com a contusão, Rogério foi cortado do time comandado por Zagallo, que convocou Emerson Leão no seu lugar. Mesmo sem poder atuar dentro das quatro linhas, Rogério ficou com a delegação no México.

1974: Clodoaldo e Wendell (Alemanha Ocidental)

Alvo de uma distensão muscular, Clodoaldo, volante do Santos, não disputou a Copa do Mundo na Alemanha. Ele foi para o torneio já machucado, mas não se recuperou a tempo de poder defender as cores da seleção. Também lesionado, o goleiro Wendell deixou o grupo daquele ano. O técnico Zagallo optou por relacionar o goleiro Waldir Peres e Mirandinha, ambos do São Paulo. Para substituir Clodoaldo dentro de campo, Piazza, que seria quarto zagueiro, assumiu o papel de volante.

1978: Zé Maria e Nunes (Argentina)

Antes da viagem para a Argentina, o lateral Zé Maria (com Nelinho assumindo a vaga, e aproveitando a oportunidade que teve diante da Itália na decisão do 3º lugar, marcando um gol) e o atacante Nunes (dando espaço para Roberto Dinamite, que balançou as redes contra a Áustria e contra a Polônia, duas vezes) foram mais dois desfalques na história da seleção às vésperas da Copa do Mundo. Ambos foram cortados do grupo dias antes da inscrição para a Fifa.

1982: Careca (Espanha)

Na Espanha, foi a vez de Careca sofrer uma lesão. O jogador seria o titular do time, mas foi cortado antes do torneio devido a um estiramento na coxa esquerda. Ele se machucou durante um treino em Sevilha, quatro dias antes da estreia da Seleção no Mundial. Sergio Chulapa foi o substituto do atleta, mas a vaga de Careca deu espaço para a convocação de Roberto Dinamite (que pela segunda vez consecutiva participou do torneio devido às baixas por contusões de seus colegas) na equipe de Telê Santana.

1986: Mozer, Cerezo e Leandro (México)

Na edição da Copa do Mundo no México, um volante, um lateral e um zagueiro foram cortados da delegação devido à contusões antes do torneio. Mozer, zagueiro do Flamengo, deixou a seleção para dar lugar a Mauro Galvão, zagueiro do Internacional. Já o volante da Roma Toninho Cerezo não pôde ser relacionado pelo técnico Telê devido a uma distensão muscular na coxa. O meia do Grêmio Valdo ocupou a vaga de Cerezo sem nunca ter jogado pela Seleção Brasileira antes. Por fim, o lateral do Flamengo Leandro deu vaga ao lateral do Botafogo-RJ Josimar.

1990: Romário (Itália)

Apesar de ter sido relacionado na equipe de Sebastião Lazaroni, a participação de Romário só foi anunciada depois de muito suspense. Na época, o atleta estava em recuperação de uma fratura que havia sofrido quando atuava no PSV da Holanda. Mesmo com a confirmação de que iria para a Itália, o atacante conseguiu trabalhar em apenas uma partida, diante da Escócia, dando vaga a Muller no segundo tempo daquele jogo.

1994: Mozer e Ricardo Gomes (EUA)

Novamente o zagueiro Mozer ficou de fora do torneio mundial, dessa vez na edição da competição de 1994. Na época, o defensor estava atuando no Benfica e foi substituído pelo zagueiro Márcio Santos, que defendia o Bordeaux. Outro jogador do sistema defensivo na equipe ficou de fora, para dar dor de cabeça ao técnico Carlos Alberto Parreira. Ricardo Gomes, do Paris Saint-Germain, ainda disputou os amistosos preparatórios, contra o Canadá, Honduras e El Salvador, mas se machucou e deu lugar a Ronaldão, na época zagueiro do Shimizu.

1998: Romário, Flávio Conceição e Márcio Santos (França)

O atacante do Flamengo, Romário foi o maior desfalque da edição da Copa do Mundo, há 20 anos atrás, por conta de uma lesão na panturrilha direita. No lugar dele, o volante Émerson do Bayer Leverkusen foi escalado. Além de Romário, o zagueiro do São Paulo Márcio Santos desfalcou a equipe Canarinho, dando vaga a André Cruz, na época, zagueiro do Milan. Por fim, Flávio Conceição, o volante do La Coruña desfalcou o grupo que jogaria na França, dando lugar a Zé Carlos, lateral do São Paulo.

2002: Émerson (Japão e Coreia do Sul)

Émerson saiu de substituto a contundido entre as copas de 1998 e 2002. Na edição do torneio sediada na Ásia foi a vez do volante da Roma, ser cortado da lista da seleção que viajaria para defender as cores do Brasil. O capitão da equipe comandada por Luiz Felipe Scolari se machucou em um treino recreativo às vésperas da Copa do Mundo e deslocou a clavícula ao brincar de goleiro, em Ulsan, na Coreia do Sul. A brincadeira comprometeu a participação de Émerson, que precisava de quatro semanas para se recuperar, na conquista do Pentacampeonato. O atleta deu lugar para Ricardinho, meia do Corinthians. Já para Cafu sobrou a responsabilidade de usar a braçadeira de capitão e, consequentemente, levantar a Taça Fifa.

2006: Edimílson (Alemanha)

O volante do Barcelona, Edimílson ficou de fora do torneio disputado na Alemanha e deu lugar a Mineiro, volante do São Paulo. Ele foi cortado da equipe de Parreira e Zagallo 13 dias antes da estreia da Seleção no torneio daquele ano, devido a uma ruptura na parte lateral do menisco do joelho direito. Nos Mundiais seguintes, em 2010 na África do Sul e em 2014, no Brasil, a Seleção não sofreu nenhuma baixa por lesões, antes ou durante a competição.

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Gabriel Jesus

Jogador machucou ligamento medial colateral do joelho esquerdo. Foto: AFP

O ano de 2017 nem tinha terminado, mas uma contusão preocupou a Seleção Brasileira para o torneio da Copa do Mundo na Rússia. A revelação brasileira do Manchester City, Gabriel Jesus, se machucou em uma partida contra o Crystal Palace, pela Premier League. Jesus se lesionou sozinho aos dez minutos de jogo. Ele ainda tentou voltar e ficou mais onze minutos no gramado, mas não conseguiu resistir e pediu para sair.

O garoto com 20 anos machucou o ligamento colateral medial do joelho esquerdo e saiu chorando dos gramados. Ele só voltou a jogar quase dois meses depois da lesão, no dia 25 de fevereiro, no jogo entre o clube celeste e o Arsenal, pela Copa da Liga Inglesa.

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Neymar

Recuperação do atacante brasileiro deve durar dois meses. Foto: AFP

Três dias depois do retorno de Gabriel Jesus aos gramados, outro susto que parecia comprometer a busca da Seleção Brasileira pelo Hexacampeonato. No dia 28 de fevereiro, Neymar trouxe uma preocupação não só para o Paris Saint-Germain, mas para o Brasil. O atleta se lesionou com uma pisada irregular durante a vitória de 3x0 do PSG diante do Olympique de Marseille. O camisa 10 foi retirado de campo na maca e chorando.

Após exames foi identificada uma contusão no quinto metatarso do pé direito. O jogador viajou para Belo Horizonte, em Minas Gerais, uma semana depois para realizar um procedimento cirúrgico. Desde então, Neymar vem focado no tratamento, e é possível acompanhar a evolução do jogador nas redes sociais.

Confira a agenda da Seleção Brasileira

14 de maio: convocação para a Copa do Mundo na Rússia

21 de maio: apresentação dos primeiros jogadores em Teresópolis

27 de maio: viagem para treinamentos em Londres

3 de junho: amistoso Croácia x Brasil em Liverpool

10 de junho: amistoso Áustria x Brasil em Viena

11 de junho: início da prepararação em Sochi, na Rússia

Jogos da primeira fase (Grupo E)

17 de junho: Brasil x Suíça em Rostov-on-Don

22 de junho: Brasil x Costa Rica em São Petersburgo

27 de junho: Sérvia x Brasil em Moscou

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