AFA lamenta suspensão do clássico contra o Brasil e rebate Anvisa: 'Cumprimos o protocolo'
O presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Claudio Tapia, lamentou a suspensão do clássico com o Brasil rebateu a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e afirmou que a seleção argentina tem cumprido os protocolos sanitários
ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Claudio Tapia, lamentou a suspensão do clássico com o Brasil no último domingo (5), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar, rebateu a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e afirmou que a seleção argentina tem cumprido os protocolos sanitários estabelecidos pelas autoridades sanitárias de cada país.
Houve uma discussão no gramado que envolveu alguns atletas argentinos e profissionais da Anvisa no gramado. Neymar e Messi tentaram intervir, mas o jogo foi paralisado e a equipe treinada pelo técnico Lionel Scaloni se encaminhou para os vestiários.
"O que aconteceu hoje (domingo) é lamentável para o futebol, é uma imagem muito ruim. Quatro pessoas entraram para interromper o jogo para fazer uma notificação e a Conmebol pediu aos jogadores que se dirigissem ao vestiário", disse Tapia.
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Agentes da Anvisa e da Polícia Federal entraram em campo para parar o jogo em razão da presença de quatro atletas argentinos (três deles titulares) que não cumpriram as regras sanitárias em território brasileiro e, por isso, não poderiam jogar. Segundo o órgão sanitário brasileiro, eles deram informações falsas e ocultaram que estiveram no Reino Unido nos últimos 14 dias.
O time da Argentina enfrentou a Venezuela na última quarta-feira, na casa dos adversários, e desembarcou em Guarulhos na sexta-feira 3), para enfrentar o Brasil neste domingo (5), na Neo Química Arena. No aeroporto, os jogadores foram questionados se tiveram passagem por Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia nos últimos 14 dias. Desde junho, passageiros que visitaram esses países no período de duas semanas são impedidos de entrar no Brasil, como precaução contra a disseminação da variante delta do coronavírus.
O presidente da AFA discorda da posição do órgão sanitário brasileiro e assegurou que o protocolo contra a covid-19 tem sido respeitado pelos argentinos. "Aqui não se pode falar de mentira porque existe uma legislação sanitária que rege todos os torneios sul-americanos. As autoridades sanitárias de cada país aprovaram um protocolo que temos cumprido ao máximo", ressaltou Tapia.
COMUNICADO
Horas antes do jogo, a Anvisa emitiu um comunicado para alertar que quatro jogadores da seleção argentina haviam descumprido regras sanitárias para entrar no Brasil. De acordo com o comunicado, Emiliano Martinez, Emiliano Buendia, Giovani Lo Celso e Cristian Romero, deveriam ter sido colocados em quarentena e mandados de volta ao país de origem, pois mentiram na hora de desembarcar em território brasileiro. Três deles foram escalados entre os titulares pelo técnico Lionel Scaloni e Buendia ficou entre os suplentes.
A resposta dos atletas foi negativa, mas os quatro atuaram em partidas do Campeonato Inglês entre os dias 28 e 29 de agosto. Martinez e Buendía jogam pelo Aston Villa, enquanto Lo Celso e Romero integram o elenco do Tottenham. Por isso, a entrada deles no país foi considerada ilegal, e a Anvisa notificou a Polícia Federal orientando medidas que impeçam a circulação dos argentinos.
A delegação argentina desembarcou em São Paulo na última sexta-feira e ficou hospedada em um hotel próximo a Guarulhos. O técnico Lionel Scaloni reclamou que a Anvisa atrapalhou o espetáculo e, se houve motivo para intervir, deveria, na sua avaliação, ter feito a autuação antes.
"Fico muito triste. Não procuro culpado. Se algo aconteceu ou não aconteceu, não era momento para intervir", reclamou o treinador. Segundo o técnico, ele e os atletas não receberam qualquer comunicado para avisar de os quatro atletas citados não estariam aptos a entrar em campo. "Em nenhum momento fomos avisados de que não poderiam jogar. Queríamos jogar, os jogadores brasileiros também", declarou.
"Deveria ter sido uma festa para todos, para desfrutar dos melhores jogadores do mundo. Gostaria que o povo argentino entendesse que, como treinador, tenho que defender meus jogadores", completou.