DEFESA

Caso de assédio no Náutico: nova advogada de Errisson Melo se pronuncia pela primeira vez

Talita Caribé é a terceira advogada a assumir a defesa de Errisson Melo

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Cadastrado por

Carolina Fonsêca

Publicado em 30/11/2021 às 19:11 | Atualizado em 02/06/2022 às 20:20
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Acusado de importunação sexual por Tatiana Roma, ex-diretora da Mulher e de Operações do Náutico e por uma adolescente de 15 anos, Errisson Melo, ex-superintendente financeiro do alvirrubro e irmão de Edno Melo, presidente do clube, tem uma nova representante em sua defesa.

A advogada Talita Caribé assumiu o caso na última sexta-feira (26) e se pronunciou pela primeira vez nesta terça-feira (30). Ela afirma que o seu cliente rechaça as acusações contra ele. 

Na semana passada, Tatiana Roma relatou por meio de um post feito em uma rede social, que sofreu importunação sexual por parte de Errisson Melo, que foi demitido na quinta-feira (25).

Também ao longo da última semana, Errisson foi denunciado outra vez, sendo que pela mãe de uma menina de 15 anos, com quem ele tem uma relação familiar.

À reportagem do GE.COM e da TV Globo, a mãe da adolescente e a própria vítima relataram como teriam acontecido os episódios de assédio. A iniciativa de levar o caso à polícia foi tomada após o relato feito por Tatiana.

Confira imagens do protesto

Por meio de nota enviada à reportagem, a advogada afirma que Errisson "sempre procurou manter uma relação respeitosa com as mulheres de seu convívio pessoal e profissional e nunca agiu para ofender a dignidade das noticiantes".

Talita acrescentou ainda que seu cliente "manteve convívio profissional tumultuado" com Tatiana Roma e que por causa dessas desavenças a postura do ex-superintendente financeiro "pode ter sido interpretada como ofensiva", mas que "não configura crime, quando desacompanhado da intenção de constranger".  

Sobre a denúncia apresentada pela adolescente, a nota da advogada de Errisson informa que ele "recebeu a notícia com perplexidade, tendo em vista que o suposto fato teria ocorrido há um ano" e "até hoje, ele e sua família mantêm uma relação afetuosa e de proximidade familiar com a jovem e seus parentes". 

Caribé é a terceira representante de Errisson neste caso. Na semana passada, logo que a denúncia de Tatiana ao conselho e o boletim do ocorrência registrado por ela na Delegacia da Mulher se tornaram públicos, Luiz Gaião foi o primeiro advogado escolhido para defender Errisson.

No entanto, ele deixou o caso menos de dois dias depois, alegando incompatibilidade por ser conselheiro do Náutico. 

Na quarta-feira (24), José Augusto Branco assumiu o posto deixado por Gaião. Ele chegou, inclusive, a dar entrevista para a Rádio Jornal falando sobre o caso.

Na ocasião Branco endossou a tese de que o caso foi trazido à tona com a intenção de tumultuar o ambiente eleitoral do Náutico - o clube terá eleições presidenciais no próximo domingo (5) e afirmou que o boletim de ocorrência registrado por Tatiana apresenta "relatos desconexos". 

Depois que Tatiana se manifestou, outras mulheres afirmaram à reportagem do GE.COM terem sido vítimas do mesmo funcionário - ainda antes da denúncia feita pela adolescente.

Com medo de se identificarem e de sofrerem represálias já conhecidas por mulheres que denunciam crimes de natureza sexual, uma das vítimas preferiu não se identificar e ambas afirmaram não terem coragem de ir à Justiça. 

José Augusto Branco afirmou que ambas não tem direito ao anonimato, ainda que tenham sido preservadas pela reportagem. Na sexta-feira, ele deixou o caso afirmando que não chegaram a um acordo quanto aos honorários. 

Veja a nota da advogada na íntegra:

"Talita Caribé, advogada responsável pela defesa de Errisson Rosendo de Melo, informa que seu cliente rechaça as acusações contra si direcionadas, porque, segundo ele, sempre procurou manter uma relação respeitosa com as mulheres de seu convívio pessoal e profissional e nunca agiu para ofender a dignidade das noticiantes.

Afirma, ainda, o Sr. Errisson que, ao longo do exercício de suas atividades no Clube Náutico Capibaribe, manteve convívio profissional tumultuado com a Sra. Tatiana Roma e, em razão dessas desavenças, sua postura pode ter sido interpretada como ofensiva.

A advogada pontua que, por vezes, um comportamento típico de uma sociedade estruturalmente machista, embora seja reprovável, e precise ser institucionalmente combatido, não configura crime, quando desacompanhado da intenção de constranger.

Quanto ao segundo boletim de ocorrência registrado, o Sr.Errisson recebeu a notícia com perplexidade, tendo em vista que o suposto fato teria ocorrido há um ano, ao passo que, até hoje, ele e sua família mantêm uma relação afetuosa e de proximidade familiar com a jovem e seus parentes.

A advogada arremata que seu cliente já se colocou à disposição da Polícia Civil para apresentar sua versão dos fatos e colaborar com as investigações."

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