A Operação Penalidade Máxima está chocando o futebol brasileiro. Comandada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), a operação investiga supostos esquemas de manipulação de resultados no Brasileirão. Nessa terça-feira (8), 16 pessoas foram denunciadas pelo MPGO por fraudes em resultados de 13 partidas de futebol, sendo 8 delas do Brasileirão.
A denúncia vem abalando as estruturas de diversos clubes do Brasil. Clubes como Santos e Fluminense, que tiveram atletas citados na operação, tomaram atitudes como o afastamento dos jogadores para que eles pudessem se defender. Abaixo, entenda um pouco sobre a Operação Penalidade Máxima.
Quantos jogos são investigados?
Ao todo, são 8 jogos do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, 1 da Série B de 2022 e 4 de campeonatos estaduais realizados em 2023. Assinada por promotoras e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Combate ao Crime Organizado, a denúncia é resultado da Operação Penalidade Máxima II e seus desdobramentos, e já foi recebida pelo Poder Judiciário.
Como funcionava a suposta manipulação?
O MPGO aponta 23 fatos suspeitos ocorridos durante as partidas, nas quais jogadores se comprometeram a cometer faltas para receber cartões e a cometer pênaltis. A suposta organização criminosa visava apostar nos resultados e eventos induzidos e, desta forma, obter elevados ganhos.
A denúncia traz, em mais de 100 páginas, diversos materiais sob suspeita, como prints de conversas e transcrições de áudios entre os denunciados. Os dados foram obtidos por meio de autorização judicial.
"Trata-se de atuação especializada visando ao aliciamento e cooptação de atletas profissionais para, mediante contraprestação financeira, assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de futebol e, com isso, garantir o êxito em elevadas apostas esportivas feitas pelo grupo criminoso em casas do ramo", descrevem as promotoras e os promotores.
Parte dos jogos e dos elementos da denúncia foram acrescidos durante a fase de análise de provas colhidas e de oitivas (depoimentos) dos denunciados e de testemunhas. Eles são referentes às partidas entre Juventude x Fortaleza e Ceará x Cuiabá.
Quais atletas foram citados?
Segundo o site oficial do MPGO, 16 pessoas tornaram-se réus na ação da Operação Penalidade Máxima as seguintes pessoas. Os nomes podem ser acessados no site oficial da MPGO.
Quais os jogos investigados na Operação Penalidade Máxima?
Confira, em ordem cronológica, a lista das partidas nas quais o grupo criminoso atuou visando induzir eventos fraudulentos:
- Palmeiras X Juventude (10.09.2022)
- Juventude X Fortaleza (17.09.2022)
- Goiás X Juventude (05.11.2022)
- Ceará X Cuiabá (16.10.2022)
- Sport X Operário (PR) (28.10.2022)
- Red Bull Bragantino X América (MG) (05.11.2022)
- Santos X Avaí (05.11.2022)
- Botafogo X Santos (10.11.2022)
- Palmeiras X Cuiabá (06.11.2022)
- Red Bull Bragantino X Portuguesa (SP) (21.1.2023)
- Guarani X Portuguesa (SP) (08.02.2023)
- Bento Gonçalves X Novo Hamburgo (11.02.2023)
- Caxias X São Luiz (RS) (12.02.2023)
Algumas partidas seguem em investigação em outro procedimento criminal, Luverdense x Operário de Várzea Grande (MT) e Goiás x Goiânia entre elas.
MPGO pede R$ 2 milhões dano moral coletivo
O MPGO requereu ainda que seja fixado o valor mínimo de R$ 2 milhões para reparar os danos morais coletivos causados pelos denunciados. O valor deverá ser atribuído globalmente, de forma solidária, a todos os réus, considerando-se os fatos elementos já colhidos ao longo da investigação, bem como aqueles que serão trazidos durante a instrução processual.
O parâmetro utilizado para a definição do valor refere-se a uma das expectativas de lucro do grupo criminoso com a utilização de dezenas de contas que foram empregadas nas apostas manipuladas descritas na denúncia.
Texto elaborado com base no material do Ministério Público de Goiás