O Cruzeiro e o Athletico-PR informaram nesta quarta-feira (10) que afastaram atletas do elenco profissional. No caso da Raposa, trata-se do volante Nathan. Já o Furacão afastou Pedrinho e Bryan Garcia. Importante destacar que esses atletas não foram denunciados pelo Ministério Público de Goiás, nessa terça-feira (9). Eles também não são réus na investigação.
Ainda assim, os clubes optaram pelo afastamento após supostas citações aos jogadores na operação. Não quer dizer que eles estão envolvidos. Segundo matérias do GE, os atletas foram apenas citados durante a investigação.
O que é a operação Penalidade Máxima?
A Operação Penalidade Máxima II está dominando o noticiário do futebol brasileiro nos últimos dias. Encabeçada pelo Ministério Público de Goiás, a operação investiga supostos esquemas de manipulação de resultados, onde as pessoas tirariam vantagem sobre apostas esportivas.
Na última terça-feira (9), foram 16 pessoas denunciadas pelo MPGO, estando entre esses nomes vários atletas de futebol. Os nomes foram revelados pelo MPGO e e podem ser conferidos no site oficial da entidade.
Além disso, 13 partidas de futebol, sendo 8 delas do Brasileirão, estão sendo investigadas. Ao todo, são 8 jogos do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, 1 da Série B de 2022 e 4 de campeonatos estaduais realizados em 2023. Confira abaixo os jogos:
- Palmeiras X Juventude (10.09.2022)
- Juventude X Fortaleza (17.09.2022)
- Goiás X Juventude (05.11.2022)
- Ceará X Cuiabá (16.10.2022)
- Sport X Operário (PR) (28.10.2022)
- Red Bull Bragantino X América (MG) (05.11.2022)
- Santos X Avaí (05.11.2022)
- Botafogo X Santos (10.11.2022)
- Palmeiras X Cuiabá (06.11.2022)
- Red Bull Bragantino X Portuguesa (SP) (21.1.2023)
- Guarani X Portuguesa (SP) (08.02.2023)
- Bento Gonçalves X Novo Hamburgo (11.02.2023)
- Caxias X São Luiz (RS) (12.02.2023)
Algumas partidas seguem em investigação em outro procedimento criminal, Luverdense x Operário de Várzea Grande (MT) e Goiás x Goiânia entre elas.
Apesar da citação das partidas, não significa necessariamente que os dois times estão envolvidos na investigação. Além disso, a investigação não apontou ainda clubes envolvidos enquanto instituições. Somente pessoas estão sendo investigadas.
Como funcionava a suposta manipulação?
O MPGO aponta 23 fatos suspeitos ocorridos durante as partidas, nas quais jogadores se comprometeram a cometer faltas para receber cartões e a cometer pênaltis. A suposta organização criminosa visava apostar nos resultados e eventos induzidos e, desta forma, obter elevados ganhos.
A denúncia traz, em mais de 100 páginas, diversos materiais sob suspeita, como prints de conversas e transcrições de áudios entre os denunciados. Os dados foram obtidos por meio de autorização judicial.
"Trata-se de atuação especializada visando ao aliciamento e cooptação de atletas profissionais para, mediante contraprestação financeira, assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de futebol e, com isso, garantir o êxito em elevadas apostas esportivas feitas pelo grupo criminoso em casas do ramo", descrevem as promotoras e os promotores.
Parte dos jogos e dos elementos da denúncia foram acrescidos durante a fase de análise de provas colhidas e de oitivas (depoimentos) dos denunciados e de testemunhas. Eles são referentes às partidas entre Juventude x Fortaleza e Ceará x Cuiabá.
Texto elaborado com base no material do Ministério Público de Goiás