Apontado como o "remédio secreto com eficácia de 94% contra o coronavírus", a nitazoxanina, príncipio ativo do vermífugo Annita, se mostrou menos eficaz e mais tóxica que outras drogas, como a cloroquina, em estudos realizados na China. As informações são da colunista Mônica Bérgamo.
A substância é um dos remédios estudados pelo ministério de Ciência e Tecnologia, chefiado por Marcos Pontes.
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Cientistas e virologistas de Wuhan, onde começou a pandemia, testaram sete drogas em laboratório e compararam a potência de cada uma delas. A cloroquina foi considerada a menos tóxica, e mais efetiva, quando ministrada em dose maior. O Remdesivir, remédio usado para combater o Ebola, também teve boa performance.
Já a nitazoxanida só desenvolveu atividade antiviral adequada em doses altas, que se mostraram tóxicas e não recomendadas. A pesquisa foi feita in vitro, mas não em testes clínicos, com pacientes.
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"Remédio secreto"
O ministro, que não confirmou o nome da droga que será testada, diz que houve 94% de eficácia em exames preliminares, em laboratório, e que não há efeitos colaterais graves, contrariando o estudo chinês.
O anúncio feito por Pontes de que o nome do remédio não seria divulgado para não haver uma corrida a farmácias e que nem mesmo pacientes saberiam o que estariam tomando nos testes deixou cientistas perplexos.
A regra básica de pesquisas clínicas, com drogas já foram testadas em laboratórios, é a publicidade. Em primeiro lugar, por questões éticas. Em segundo lugar, porque elas precisam passar pelo crivo da comunidade científica.
Um cientista que trabalha em testes de medicamentos disse à coluna que o contrário disso é sensacionalismo e o equivalente a vender terrenos no céu. “Qualquer pesquisa precisa dizer que medicamento será testado, em que doses, em quantos pacientes, e por quem será conduzida. Não existe pesquisa secreta em nenhum lugar do mundo”, diz Ezio Távora, do Comitê Comunitário de Acompanhamento de Pesquisas em Tuberculose.
Um dos projetos aprovados para pesquisa com a nitazoxanida no Brasil terá como centros participantes o Comando da Aeronáutica do Rio, o Comando da Aeronáutica de SP, o Hospital Naval Marcílio Dias, do Rio, e o HFA (Hospital das Forças Armadas).
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O que é coronavírus?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
Como prevenir o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
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