O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta terça-feira (9) que o modelo de divulgação de boletins diários de casos de covid-19 que era adotada pelo governo federal nunca o agradou. Nos últimos dias, o governo foi alvo de críticas pela mudança de critério para a contagem de óbitos.
Segundo ele, não era a intenção do governo federal omitir dados, apenas reformular a apresentação das informações. "Não acho que Estados e municípios mandem dados errados, são os que eles têm. Mas, na minha avaliação, não eram fidedignos". Ele afirmou que a intenção é destacar a data em que ocorreu o óbito do paciente.
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As declarações foram dadas durante participação na Comissão Externa da Câmara que discute assuntos relacionados à pandemia do novo coronavírus no País. Aos parlamentares, o ministro afirmou que o sistema, que será atualizado automaticamente, deverá estar disponível como todos os dados em até 48 horas.
O ministro indiciou que o governo poderá incluir novas informações no banco de dados, como gráficos sobre ocupação de leitos de UTI e de casos suspeitos da doença do Brasil. Até então, a pasta só divulga dados de casos confirmados e de óbitos.
Coronavírus no Brasil
O Brasil registrou, entre o domingo (7) e segunda-feira (8), mais 679 óbitos e 15.654 casos confirmados do novo coronavírus. Os dados foram atualizados às 18h30 desta segunda pelo Ministério da Saúde, que alterou a forma de divulgar o boletim diário da covid-19, ocultando o total de casos e de mortes. Na semana passada, durante quatro dias, os dados foram divulgados após as 21h, mas após críticas (dentro e fora do País), a pasta voltou ao horário antigo. Com os novos casos e óbitos confirmados, o País chegou a 707.412 infectados e 37.134 vítimas fatais.
Também foram confirmadas mais 6.088 recuperações da doença nas últimas 24 horas. O total de pessoas recuperadas não foi divulgado pelo Ministério da Saúde, que está sob o comando do ministro interino Eduardo Pazuello.
Durante a gestão dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o boletim era divulgado entre 17h e 19h. No período em que Mandetta comandou o Ministério da Saúde coletivas eram realizadas diariamente para atualizar a situação do País. Quando Teich assumiu, as coletivas passaram a ser esporádicas.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a indicar que o Ministério passaria relatar apenas mortes que ocorreram nas últimas 24 horas. Mas a pasta ainda vem mantendo a metodologia de somar registros de mortes do dia às de dias anteriores. Não há previsão de quando esse método irá mudar.
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