A vacina contra o coronavírus que está sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa de biotecnologia Sinovac com o Instituto Butantã, na Zona Oeste de São Paulo, segue progredindo para as testagens. Segundo o Governo do Estado, os testes com os voluntários da CoronaVac devem começar nesta segunda-feira (20). Na madrugada, chegaram as doses da vacina do laboratório chinês Sinovac Biotech no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
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O avião com as vacinas saiu de Frankfurt, na Alemanha, e, após 11 horas de viagem, pousou por volta das 4h20 no Aeroporto Internacional de São Paulo. Nesta terceira fase de testes, 9 mil voluntários irão receber a vacina contra o coronavírus. A inscrição de voluntários para a terceira fase de testes da vacina começou no dia 13 de julho. Apenas profissionais de saúde que estejam atuando diretamente no combate à Covid-19 poderão participar do estudo.
Em todo o Brasil, serão escolhidos 9 mil voluntários distribuídos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal. O custo da testagem é de R$ 85 milhões, custeados pelo Governo. Esses novos testes da fase 3 da vacina serão feitos em larga escala e precisam fornecer uma avaliação definitiva da eficácia e segurança, isto é, a vacina precisa ser capaz de criar anticorpos para imunizar contra a covid-19.
60 milhões de doses para o Brasil
De acordo com o governo estadual, o Instituto Butantan está adaptando uma fábrica para a produção da vacina. A capacidade de produção é de até 100 milhões de doses. O acordo com o laboratório chinês prevê que, se a vacina for efetiva, o Brasil ficará com 60 milhões de doses para distribuição.
A parceria entre o laboratório chinês e o Butantan foi anunciada no dia 11 de junho. Na ocasião, o governador João Doria (PSDB) disse que, se comprovada a eficácia e segurança da vacina, ela será disponibilizada no SUS a partir de junho de 2021.
Centros de pesquisa
O Emílio Ribas é um dos doze centros pesquisa no país selecionados para a última fase de teste da vacina. O espaço recebia as últimas adaptações na semana passada para que 700 voluntários possam receber as doses a partir desta segunda-feira (20).
"Da mesma maneira que a gente sempre quer que alguém descubra a vacina, é importante que a gente também contribua para que isso aconteça", afirmou uma médica de UTI que se inscreveu, mas que não pode ser identificada para não prejudicar a pesquisa.
Toda vacina precisa passar por etapas importantes até ser aprovada. Após a fase pré-clinica, com testes em animais, há 3 fases de testes em humanos. Os testes precisam comprovar que a vacina é realmente segura, que produz anticorpos e protege contra o vírus.
CoronaVac
A vacina usa uma versão do vírus inativado, ou seja, não há a presença do coronavírus Sars-Cov-2 vivo na solução, o que reduz os riscos deste tipo de imunização. Vacinas inativadas são compostas pelo vírus morto ou por partes dele. Isso garante que ele não consiga se duplicar no sistema. É o mesmo princípio das vacinas contra a hepatite e a influenza (gripe), no qual ela implanta uma espécie de memória celular responsável por ativar a imunidade. Quando entra em contato com o coronavírus ativo, o corpo já está preparado para induzir uma resposta imune.
Cientistas chineses chegaram à fase clínica de testes – ensaios em humanos – em outras três vacinas. Uma produzida por militares em colaboração com a CanSino Biologics, e mais duas desenvolvidas pela estatal China National Biotec.
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