SAÚDE MENTAL

Setembro amarelo alerta para depressão potencializada pelo isolamento social

O mês de setembro é marcado pela campanha voltada a salvar vidas e fortalecer a prevenção ao suicídio

JC
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Publicado em 02/09/2020 às 15:22 | Atualizado em 02/09/2020 às 15:24
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De acordo com dados de 2019 da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% da população brasileira sofre de ansiedade e 5,8%, de depressão. - FOTO: Imagem: Reprodução Internet

Cuidar da saúde mental é imprescindível. Em tempos de pandemia do coronavírus, que exige das pessoas isolamento e distanciamento social para prevenir a disseminação da covid-19, o assunto fica ainda mais em evidência. Durante o mês de setembro, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) promovem no âmbito nacional o Setembro Amarelo, uma campanha voltada a salvar vidas, fortalecendo a prevenção ao suicídio - realizada desde 2014. 

De acordo com dados de 2019 da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% da população brasileira sofre de ansiedade e 5,8%, de depressão, segundo a ABP, principal causa relacionada aos suicídios no Brasil.

“Uma das principais características dos seres humanos é a necessidade de viver em grupos e por isso somos considerados seres sociais. Portanto, em períodos de isolamento, o mal estar psicológico pode acontecer e podemos nos sentir mais frágeis ou agressivos, o que prejudica nosso sistema imunológico, pois já é comprovado que o excesso de tristeza ou estresse compromete nossas defesas biológicas”, afirma o psicanalista e professor universitário Glauco Guedes.

A reclusão tem feito os números de pessoas com comprometimento da saúde mental aumentar. Considerada o mal do século, na quarta posição entre as principais causas de incapacitação laboral, a depressão, em casos mais graves, pode levar ao suicídio. No Brasil, anualmente, o número de pessoas que atentam contra a própria vida passa dos 13 mil, de acordo com o último levantamento do Ministério da Saúde. Destes, segundo a ABP, quase 97% dos casos tinham ligação com transtornos mentais que poderiam ter sido tratados.

O especialista orienta que as pessoas tentem se fazer presentes, ainda que fisicamente longe, pelos meios possíveis, um telefonema, mensagens de texto ou videochamadas, por exemplo. “Aproveite a solitude para fazer o que você mais gosta: ver um bom filme, praticar meditações e boas leituras, organizar a casa ou ouvir uma boa música”, aconselha o psicanalista. 

De acordo com Glauco, a busca pela prática de exercícios físicos e a conexão mesmo que virtual com os entes e amigos podem ser determinantes para manter o equilíbrio psíquico. “Não adianta limpar as mãos a todo instante e não dormir bem, não se alimentar de maneira saudável e ficar em pânico com pensamentos de que tudo vai ser pior do que já está acontecendo”, completa.

Buscar ajuda profissional diante de qualquer sinal de instabilidade emocional é primordial. “Ao perceber sua angústia ou algum outro sintoma que cause desconforto mental é importante iniciar um tratamento de psicanálise para que alguém possa lhe ouvir com atenção e sem julgamentos”, finaliza Glauco Guedes.

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