COVID-19

Com hospitais lotados e falta de oxigênio em Manaus, Amazonas anuncia toque de recolher

O governador do Amazonas, Wilson Lima, disse que o estado está no momento mais crítico da pandemia

Imagem do autor
Cadastrado por

AFP

Publicado em 14/01/2021 às 17:35 | Atualizado em 14/01/2021 às 17:35
Notícia
X

O estado do Amazonas anunciou nesta quinta-feira (14) a imposição de toque de recolher devido ao colapso de seu sistema de saúde causado pela pandemia de covid-19, que deixou hospitais sem oxigênio.

>> Com falta de oxigênio na cidade, Manaus transfere pacientes para outras capitais

>> Prefeitos afirmam que Pazuello apontou 20 de janeiro como data de início da vacinação contra covid

>> Brasil terá imunidade coletiva ao vacinar 99%, calcula microbiologista

Na capital, Manaus, "acabou o oxigênio e algumas unidades de saúde viraram uma espécie de câmaras de asfixia", informou à AFP Jessem Orellana, da Fundação Fiocruz-Amazônia, uma instituição de pesquisa.

"Estamos no momento mais crítico da pandemia", disse o governador do Amazonas, Wilson Lima.

A Amazônia "produz quantidades significativas de oxigênio, mas hoje nosso povo precisa de oxigênio e solidariedade", afirmou, acrescentando que vários pacientes serão transferidos para outros estados.

Cerca de 400 cilindros de oxigênio foram entregues por militares nos últimos cinco dias para atender à demanda.

O toque de recolher será aplicado a partir de sexta-feira (15), das 19h às 06h.

O Brasil enfrenta o agravamento da pandemia, que já deixou mais de 205 mil mortos, um balanço superado apenas pelos Estados Unidos.

A média nacional de óbitos é de 98 por 100.000 habitantes, mas no estado do Amazonas chega a 142/100.000. Apenas Rio de Janeiro (158) e Brasília (145) o superam.

O Brasil se prepara para iniciar sua campanha de vacinação contra a covid-19 provavelmente a partir deste mês.

"Aqui não tem leito vazio, nem oxigênio, nada, a gente está só na fé", disse Luiza Castro, moradora da capital amazonense.

Imagens nas redes sociais mostram pessoas carregando tanques de oxigênio para hospitais e pacientes reclamando da falta de assistência médica.

Segundo dados do município, a cidade registrou o quarto recorde diário consecutivo de enterros: 198 pessoas foram sepultadas na quarta-feira, sendo 87 por covid-19.

Tags

Autor