Com hospitais lotados e falta de oxigênio em Manaus, Amazonas anuncia toque de recolher
O governador do Amazonas, Wilson Lima, disse que o estado está no momento mais crítico da pandemia
O estado do Amazonas anunciou nesta quinta-feira (14) a imposição de toque de recolher devido ao colapso de seu sistema de saúde causado pela pandemia de covid-19, que deixou hospitais sem oxigênio.
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Na capital, Manaus, "acabou o oxigênio e algumas unidades de saúde viraram uma espécie de câmaras de asfixia", informou à AFP Jessem Orellana, da Fundação Fiocruz-Amazônia, uma instituição de pesquisa.
"Estamos no momento mais crítico da pandemia", disse o governador do Amazonas, Wilson Lima.
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A Amazônia "produz quantidades significativas de oxigênio, mas hoje nosso povo precisa de oxigênio e solidariedade", afirmou, acrescentando que vários pacientes serão transferidos para outros estados.
Cerca de 400 cilindros de oxigênio foram entregues por militares nos últimos cinco dias para atender à demanda.
O toque de recolher será aplicado a partir de sexta-feira (15), das 19h às 06h.
O Brasil enfrenta o agravamento da pandemia, que já deixou mais de 205 mil mortos, um balanço superado apenas pelos Estados Unidos.
A média nacional de óbitos é de 98 por 100.000 habitantes, mas no estado do Amazonas chega a 142/100.000. Apenas Rio de Janeiro (158) e Brasília (145) o superam.
O Brasil se prepara para iniciar sua campanha de vacinação contra a covid-19 provavelmente a partir deste mês.
"Aqui não tem leito vazio, nem oxigênio, nada, a gente está só na fé", disse Luiza Castro, moradora da capital amazonense.
Imagens nas redes sociais mostram pessoas carregando tanques de oxigênio para hospitais e pacientes reclamando da falta de assistência médica.
Segundo dados do município, a cidade registrou o quarto recorde diário consecutivo de enterros: 198 pessoas foram sepultadas na quarta-feira, sendo 87 por covid-19.