IMUNIZAÇÃO

Consórcio Nordeste articula aquisição de doses da vacina Sputnik V contra covid-19

O Consórcio Nordeste pretende solicitar 50 milhões de doses da vacina russa

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Estadão Conteúdo

Publicado em 14/01/2021 às 20:31 | Atualizado em 14/01/2021 às 21:22
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O Consórcio Nordeste está articulando a compra de 50 milhões de doses da vacina russa Sputnik V contra a covid-19. A informação foi repassada pelo governador do Piauí e presidente do consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT). Nesta quinta-feira (14), ele participou de videoconferência com representantes da Embaixada da Rússia no Brasil, da Farmacêutica União Química e do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) para tratar da possibilidade. A Sputnik V já foi aprovada em emergência por Argentina, Bolívia, Argélia, Sérvia e Palestina.

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“A Sputnik V foi aprovada por órgãos reguladores e está sendo usada em vários países. A União Química tem autorização para produção dessa vacina no Brasil. Através do Consórcio Nordeste, vamos solicitar doses prontas para esse uso. Já temos um documento com apoio de todos os governadores para reserva de 50 milhões de doses”, disse Wellington Dias.

Nessa quarta-feira (13), o Fundo Russo de Investimento Direto anunciou uma parceria com a União Química para o fornecimento de 10 milhões de doses da vacina russa. Segundo comunicado, os imunizantes serão entregues no primeiro trimestre de 2021, com início já em janeiro.

Como parte do acordo, a RDIF deve facilitar a transferência de tecnologia e fornecer biomateriais para o começo da produção no País. O fundo russo, junto à União Química, deve solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permissão para uso emergencial da vacina ainda essa semana.

Segundo o anúncio, funcionários brasileiros da Embaixada na Rússia já estão sendo vacinados. Kirill Dmitriev, CEO do RDIF, e Fernando De Castro Marques, presidente da União Química, debateram a possibilidade de propor aos outros países membros do Brics (Índia, China e África do Sul) a criação de uma força-tarefa para combater a covid-19 e pela cooperação na obtenção de imunizantes.

"Nossos parceiros da União Química foram um dos primeiros no mundo a se interessar pela vacina russa Sputnik V. Do nosso lado, estamos prontos para uma cooperação em larga escala no abastecimento e na produção para iniciar a vacinação da população do Brasil o mais rápido possível", afirmou Dmitriev.

Uma delegação da União Química deve visitar as linhas de produção do Sputnik V na Rússia. O imunizante, que custa dez dólares por injeção, tem uma eficácia acima de 90% em casos graves da covid-19 e pode ser armazenado entre 2ºC a 8ºC, temperaturas de geladeiras convencionais.

Eficácia

Com eficácia de 91,4% contra o coronavírus, segundo informaram o Fundo Russo de Investimento Direto e o Centro Nacional Gamaleya em 14 de dezembro de 2020, a Sputnik atingiu o ponto de controle com 78 pessoas infectadas pelo vírus, entre 26 mil voluntários, na fase 3 de testes.

Início da vacinação no Brasil

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou a prefeitos, em reunião nesta quinta-feira, 14, que a vacinação contra a covid-19 deve começar no próximo dia 20. A data já era apontada pelo governo federal como o cenário "mais otimista" para abrir a campanha de imunização. Pazuello participa de reunião com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Mais de 130 chefes de municípios acompanham virtualmente a discussão.

O ministro repetiu aos presentes que 8 milhões de doses de vacinas devem estar disponíveis em janeiro, sendo 2 milhões do modelo de Oxford/AstraZeneca e 6 milhões da Coronavac. Estes imunizantes serão entregues no Brasil pela Fiocruz e pelo Instituto Butantan, respectivamente.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidirá no domingo, 17, se libera ou não o uso emergencial destes dois imunizantes. Após este aval, as doses poderiam ser aplicadas na população.
Pazuello disse aos prefeitos que as doses da vacina de Oxford/AstraZeneca devem chegar aos Estados na segunda-feira, 18. Um avião sairá na noite desta quinta-feira, 14, do Brasil para buscar as doses na Índia. A previsão de retorno é no próximo sábado, dia 16. Antes do aval da Anvisa, porém, as doses devem ficar sob cuidados da Fiocruz.
O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), escreveu em seu Twitter sobre a reunião. Ele disse que não haverá priorização para capitais e as doses serão entregues igualmente para as cidades.
Há uma disputa entre os governos federal e de São Paulo pela "primeira foto" da vacinação no Brasil. O ministério planeja realizar um evento no Palácio do Planalto para começar a campanha. A ideia era realizar o evento no dia 19. Bolsonaro já disse que não irá se vacinar contra a covid-19. Já o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou na quarta-feira, 13, que quer abrir a vacinação no seu Estado imediatamente após a decisão da Anvisa.
 

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