Secretário de Saúde de Pernambuco diz ser 'crime de lesa-pátria' criticar vacinas contra o coronavírus
Mesmo com a vacina se tornando realidade, André Longo cobrou cuidados da população
O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, disse na manhã desta quarta-feira (13) que criticar as vacinas contra o novo coronavírus (covid-19) em meio à pandemia é prestar um "verdadeiro desserviço" ao Brasil e à saúde.
"Eu diria que é crime de lesa-pátria criticar a vacina num momento tão grave como esse, de pandemia. Precisamos de todas as vacinas disponíveis. A eficácia geral é importante, é preciso que seja superior a 50%, mas o que muda é a forma como reagimos ao vírus. Não nos vacinamos para não pegar gripe, por exemplo, é para que não se torne grave. A eficácia diz que a pessoa pode vir a ser portadora do vírus, mas o curso da reação do seu corpo será diferente", explicou o secretário, em entrevista à Rádio Jornal.
Nessa terça-feira, foi anunciado pelo Instituto Butantan que a CoronaVac registrou 50,38% de eficácia global nos testes realizados no Brasil. O índice de eficácia global aponta a capacidade do imunizante de proteger em todos os casos – sejam eles leves, moderados ou graves. O número mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é de 50%.
De acordo com o secretário, a expectativa é que a aprovação da vacina aconteça no próximo domingo (17), quando a Anvisa chega a data limite de seu pronunciamento. "Domingo é o dia final que a Anvisa tem para se pronunciar, e esperamos que seja um pronunciamento positivo e que a partir já da segunda-feira (18) o Ministério passe ao plano logístico para que as vacinas cheguem aqui nos primeiros dias da próxima semana e comecemos a distribuição para os municípios", explicou.
Quanto às seringas e agulhas para a primeira fase da vacinação, o Governo de Pernambuco já iniciou, nesta terça-feira (12), a distribuição de tais insumos aos municípios pernambucanos. Ao todo, serão distribuídas 1.537.126 unidades, a serem utilizadas na aplicação da primeira dose da vacina. Os insumos serão repassados pelo Programa Estadual de Imunização (PNI-PE) às 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres) até a próxima sexta (15). Ao chegar às Geres, cada cidade ficará responsável por retirar seu quantitativo.
"Desde ontem iniciamos processo de distribuição de seringas e agulhas para esta primeira fase, até sexta-feira todos os municípios terão insumos necessários para receber as vacinas".
Atualmente, o Estado conta com 3,9 milhões de seringas e agulhas em estoque. Mais 2,8 milhões estarão disponíveis até o fim deste mês, e outros 7,5 milhões serão distribuídos a partir de fevereiro, totalizando 14,2 milhões de insumos disponibilizados.
Ainda segundo Longo, assim que a vacinação for liberada, haverá a definição de qual vacina virá para Pernambuco, se a Coronavac, ou a da Astrazeneca. A expectativa é que, independente disso, nesta primeira distribuição cerca de 350 mil doses sejam enviadas para Pernambuco neste primeiro momento. "Nossa equipe do comitê de imunização está trabalhando com vários cenários para que a gente, assim que aconteça essa aprovação, as vacinas cheguem aqui e fiquem poucas horas na nossa central de frios e que os carros e caminhões comecem as distribuição para os municípios", destacou.
Na primeira fase da campanha, serão imunizados trabalhadores de saúde, população indígena aldeada, idosos a partir dos 75 anos e idosos a partir de 60 anos internados em abrigos e instituições, totalizando mais de 627 mil pessoas. Já na segunda fase, com público superior a 910 mil, serão beneficiados os idosos entre 60 e 74 anos.
Mesmo com a vacina sendo uma realidade, o secretário pediu que a população mantivesse os cuidados necessários para evitar a covid-19. "A vacina se transforma numa realidade, mas a sociedade precisa ajudar. O cuidado é fundamental. Até adquirirmos imunidade, o vírus circula com força, vemos novas variantes nesse processo, como em Manaus, que está à beira do colapso. Então é preciso cuidar de si, dos outros, dos mais vulneráveis. A pandemia não acabou e precisamos de tempo para vacinar", completou.