Veja imagens do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT):
Nas imagens, é possível ver que diversas ambulâncias chegam ao local e encaminham os pacientes doentes até os aviões. O secretário nacional de Atenção Especializada em Saúde, Franco Duarte, informou que os pacientes transferidos são os que apresentam quadros "moderados", que exigem uso de oxigênio, mas ainda têm condições de serem transportados.
Há estimativa de que até 750 pessoas tenham de deixar Manaus para serem atendidas em outros locais. O primeiro Estado a receber pacientes do Amazonas será Goiás, no Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (HUGO) e no Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (HGG). Depois, será a vez de Piauí, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.
Em nota, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), informou que seus hospitais já estão tendo os leitos de enfermaria e UTI organizados para receber pacientes com covid-19 vindos de Manaus. De acordo com ofício encaminhado pela empresa, são 150 leitos disponíveis, distribuídos em nove hospitais universitários federais que fazem parte da Rede.
Na quinta (14), em entrevista à imprensa, o governador Wilson Lima (PSC) afirmou que o Amazonas vive "o momento mais crítico da pandemia, algo sem precedente". No ano passado, as redes de saúde e funerária do Estado já colapsaram. A crise se agravou nos últimos dias pela falta de oxigênio em unidades de saúde. Há ainda variante do novo coronavírus circulando no Estado.
Com a nova explosão de casos de covid no Amazonas, o estoque de oxigênio acabou em vários hospitais de Manaus nessa quinta-feira, levando pacientes internados à morte por asfixia, segundo relatos de médicos que trabalham na capital amazonense.
O Hospital Universitário Getúlio Vargas, ligado à Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ficou cerca de quatro horas sem o insumo na manhã da quinta, o que gerou desespero entre os profissionais, segundo relatou ao jornal O Estado de S. Paulo uma médica da unidade, que não quis se identificar.
O número de sepultamentos em Manaus quintuplicou em um mês, segundo dados divulgados pela prefeitura. Na quarta-feira, 198 enterros ocorreram na capital, dos quais 87 tinham confirmação para covid-19 e sete eram de casos suspeitos. Em 13 de dezembro foram 36 óbitos, seis com resultado positivo para o vírus. Isto representa um aumento de 450%.
Pazuello esteve em Manaus
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deixou Manaus na quarta-feira em meio à crise pela covid-19. Na cidade que vive novo colapso, o general apresentou como solução o tratamento precoce, que, no vocabulário do governo federal, significa o uso de medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina e a ivermectina.
"A medicação pode e deve começar antes desses exames complementares (de diagnóstico). Caso o exame lá na frente der negativo, reduz a medicação e tá ótimo. Não vai matar ninguém", disse Pazuello em discurso feito na segunda-feira, 11.
O ministro ainda lançou o TrateCOV, aplicativo usado por médicos para diagnosticar a covid-19 que também estimula o uso destes fármacos não indicados para a covid-19. Mais de 340 profissionais de saúde de Manaus foram habilitados para usar o aplicativo.
Na mesma data, uma equipe de secretários de Pazuello, reforçada por médicos entusiastas do tratamento precoce que viajaram ao Estado, fez visitas a unidades de saúde da capital. Além de escutar sobre a crise na cidade, o grupo deu orientações sobre a suposta evidência de benefícios do "tratamento precoce", segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
Dias antes do périplo pelas unidades de saúde em Manaus, a secretária nacional Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, avisou ao município que as visitas serviriam para estimular adoção do "tratamento precoce".
Em ofício enviado à Secretaria de Saúde local, Pinheiro ainda escreveu que seria "inadmissível" Manaus não prescrever antivirais sem eficácia comprovada.
Sem citar qualquer prova, o presidente Jair Bolsonaro disse que a crise de saúde em Manaus deve-se à falta do "tratamento precoce". Bolsonaro desestimula a adoção de medidas eficazes contra a pandemia, como uso de máscara e distanciamento social.
"Não faziam tratamento precoce. Aumentou assustadoramente o número de mortes. Mortes por asfixia, porque não tinha oxigênio. O governo estadual e municipal deixou acabar oxigênio", disse o presidente a apoiadores na terça-feira.
Grupos no Amazonas chegaram a protestar e pressionar o governo a recuar do fechamento do comércio, no fim de dezembro. "Muita gente acabou relaxando, pensando que estava tudo 'ok'. Mas o clima agora é diferente. Não há clima para novas manifestações", disse o governador Wilson Lima ao jornal O Estado de S. Paulo na última semana.
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