Coronavírus

Geleião, um dos fundadores da facção criminosa PCC, morre de covid-19

Presidiário teve 50% dos pulmões comprometidos e estava internado desde o dia 9 de abril, no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, em São Paulo, para tratamento da doença

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Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 10/05/2021 às 18:39 | Atualizado em 10/05/2021 às 18:41
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José Márcio Felício, o Geleião, um dos principais fundadores da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), morreu aos 60 anos na manhã desta segunda-feira (10), após complicações da covid-19, no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, em São Paulo. As informações são da Folha de S.Paulo.

O presidiário teve 50% dos pulmões comprometidos e estava internado desde o dia 9 de abril para tratamento da doença, de acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). A morte do preso ocorreu por volta das 6h30.

Geleião foi responsável pela criação do grupo criminoso nos anos 90 e chefiou a facção de dentro da cadeia por aproximadamente dez anos. O presidiário estava cumprindo pena na Penitenciária Orlando Brando Filinto, na cidade de Iaras, região de Itapetininga, em São Paulo, há cerca de 42 anos. Ele foi condenado por diversos crimes, como estupro, homicídios, roubo e formação de quadrilha. A pena dele já somava 142 anos, seis meses e 15 dias de reclusão em regime fechado.

O presidiário era um dos últimos fundadores do PCC vivo. Todos os outros fundadores já morreram ou foram assassinados. Em 2002, Geleião acabou se tornando inimigo da cúpula da facção e começou a delatá-los para a Polícia.

Facção

O PCC surgiu em 1993 e foi criado por oito presos, no anexo da Casa de Custódia de Taubaté, em São Paulo. Os detentos do chamado “Piranhão”, apontado como o presídio mais seguro de São Paulo, haviam sido transferidos da capital para Taubaté por mau comportamento.

O grupo surgiu durante uma partida de futebol. Os oito detentos que fundaram a facção eram Ademar dos Santos (Dafé), Antônio Carlos dos Santos (Bicho Feio), Antonio Carlos Roberto da Paixão (Paixão), César Augusto Roris da Silva (Cesinha), Isaías Moreira do Nascimento (Isaías Esquisito), José Márcio Felício (Geleião), Misael Aparecido da Silva (Misa) e Wander Eduardo Ferreira (Eduardo Cara Gorda).

O grupo informava ter sido criado para “vingar a morte dos 111 presos no massacre do Carandiru”, no dia 2 de outubro de 1992, quando a tropa de choque da Polícia Militar, ao tentar conter uma rebelião no pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção de São Paulo, provocou o maior massacre da história carcerária do Brasil.

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