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Cepa indiana: veja em quais estados do Brasil há casos suspeitos da nova variante do coronavírus

A variante B.1.617 do novo coronavírus nasceu na Índia e é considerada um risco para todo o mundo

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Elton Ponce

Publicado em 23/05/2021 às 16:48 | Atualizado em 26/05/2021 às 16:53
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Atualizada em 26/05/2021

Com informações de O Povo, Estadão Conteúdo e Agência Brasil

A cepa indiana do novo coronavírus chegou ao Brasil. A variante B.1.617 do novo coronavírus nasceu na Índia e é considerada um risco para todo o mundo. Na última quinta-feira (20), o governo do Maranhão confirmou o primeiro caso da cepa indiana no país. Ela foi identificada em um indiano de 54 anos que deu entrada em um hospital da rede privada em São Luís na sexta-feira, 14. Ele era um tripulante do navio MV Shandong da ZHI, embarcação que veio da Índia.

A suspeita de que o paciente poderia ter a nova cepa surgiu após o homem apresentar sintomas de coronavírus e dar entrada na rede hospitalar. No primeiro comunicado, divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) no domingo, a pasta informou que foi alertada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Leia mais: Quais vacinas são eficazes contra cepa indiana do novo coronavírus que chegou ao Brasil?

Reprodução/SBT Maranhão
Secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, durante coletiva à imprensa para esclarecer sobre a Cepa Indiana - Reprodução/SBT Maranhão

Em entrevista ao canal de TV à cabo CNN Brasil , na tarde desta sábado (22), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), garantiu que o estado ainda não registra transmissão local da nova cepa indiana do coronavírus. Ainda assim, Dino admitiu que é 'uma questão de tempo' para a cepa esteja circulando no País. Segundo ele, sem maior controle sanitário, outros casos facilmente poderão ser registrados em outras regiões.

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NAVIO Embarcação com pacientes infectados não aportou em São Luís - DIVULGAÇÃO

Após alguns dias, São Paulo também confirmou caso de infecção pela variante. O paciente tem 32 anos, é morador de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 22 de maio. A amostra foi enviada ao Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria Estadual da Saúde, e o sequenciamento, finalizado no dia 26 de maio. 

O passageiro foi identificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pelo monitoramento no aeroporto. O órgão federal informou a pasta estadual sobre o caso positivo quando o passageiro já havia embarcado em voo doméstico para o Rio de Janeiro. Segundo o governo estadual, não há registros de um caso autóctone, ou seja, com contaminação local, desta linhagem no Estado de São Paulo.

A secretaria informou que, imediatamente após ser comunicada pela Anvisa, iniciou as medidas de vigilância epidemiológicas necessárias junto ao município. Foi solicitada a lista completa dos passageiros do voo, além dos nomes de todos os funcionários do aeroporto, laboratório e dos contatos do passageiro para isolamento e monitoramento. As equipes de vigilância do Rio de Janeiro também foram imediatamente notificadas para o acompanhamento do caso.

Suspeita da presença da cepa indiana no Ceará

Mas não foi só no Maranhão que a nova variante pode ter aparecido. Na segunda-feira, 17 de maio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) notificou um caso suspeito da variante indiana do coronavírus no Ceará. No dia seguinte, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) realizou visita técnica ao local de isolamento de um passageiro que veio da Índia e desembarcou em Fortaleza no dia 9 de maio. A pasta comunicou sobre a notificação somente nesta sexta-feira, 21.

"O itinerário do paciente foi Índia-Catar-São Paulo-Fortaleza. É um paciente assintomático. Fez os protocolos da empresa: dois testes RT-PCR que deram negativo antes de viajar. Quando ele chegou, fez novos exames e foi verificada a positividade da Covid-19", explica Magda Almeida, secretária-executiva de Vigilância e Regulação da Sesa.

De acordo com informações da Sesa, o homem, de 35 anos, realizou dois testes para detectar o coronavirus, nos dias 10 e 11 de maio; ambos resultaram positivo. Uma semana depois, no dia 18, um novo teste já não detectou a presença do vírus no organismo do viajante.

"É um paciente com carga viral baixa e a gente entende que tem uma baixa probabilidade de contaminação, ainda mais seguindo os protocolos", enfatiza Magda Almeida. "A Fiocruz deu até o final da próxima semana para que o isolamento genético seja concluído e a gente possa avaliar se há confirmação dessa variante indiana em território nacional", explica.

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Médicos e cientistas têm demonstrado preocupação com a variante indiana B.1617, que teria capacidade de transmissão maior do que a cepa original do vírus - NE10

Pará é mais um estado onde há suspeita de infecção com a cepa indiana

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) anunciou na noite do sábado, 22, que investiga dois casos suspeitos de infecção pela "variante indiana" B.1.617 do coronavírus no município de Primavera. Os pacientes teriam visitado o litoral do Maranhão, onde a cepa foi identificada na última semana, antes de apresentarem os sintomas.

Primavera fica a cerca de 193 quilômetros da capital Belém e, de acordo com a Sespa, os dois pacientes estiveram em Porto de Itaqui, no litoral maranhense, antes de contraírem o vírus. A secretaria informa que eles já estão sendo monitorados e em isolamento, e que as amostras de ambos foram encaminhadas para sequenciamento no Instituto Evandro Chagas.

Caso suspeito no Distrito Federal

Após os estados do Ceará e Pará analisarem casos suspeitos de infecção pela variante indiana B.1.617 do novo coronavírus, agora é a vez do Distrito Federal também ter um caso sob suspeita. Trata-se de um morador que fez uma conexão no Aeroporto de Guarulhos em um voo vindo da Índia que levava uma pessoa contaminada com a cepa e, depois, desembarcou em Brasília.

De acordo com o secretário de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto, o paciente está sendo monitorado pela pasta e não teve contato com outras pessoas após o desembarque. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (24).

“Fomos na residência da pessoa e colhemos material para o RT-PCR, que sai amanhã. Ele não apresenta nenhum sinal nem sintoma de covid“, disse o secretário sobre o paciente.

A entrevista contou também com a participação do Secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, que afirmou não haver confirmação da variante indiana no Distrito Federal até o momento. Mesmo já tendo feito o teste, nas próximas semanas o homem com suspeita de ter sido infectado com a cepa B.1.617 passará por acompanhamento e irá realizar mais dois exames.

Rio de Janeiro monitora passageiro que voltou da Índia

O caso de uma pessoa com covid-19 que chegou da Índia no último fim de semana e está em isolamento em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, está sendo acompanhado por autoridades sanitárias brasileiras, segundo informações confirmadas pela Secretaria de Estado de Saúde Estado do Rio de Janeiro (SES).

O morador de Campos dos Goytacazes foi à Índia a trabalho, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde da cidade fluminense. Ao retornar ao Brasil, ele desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, no último sábado (22).

A Secretaria de saúde paulista informou que ele realizou exame RT-PCR em São Paulo e embarcou em um voo doméstico para o Rio de Janeiro antes de receber o resultado. Ao chegar na capital fluminense, ele passou a noite em um hotel e seguiu de carro no dia 23 para a cidade no Norte do estado.

"De acordo com o comunicado do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) de São Paulo, enviado ao CIEVS da SES [do Rio de Janeiro] neste domingo (23), o passageiro não relatou sintomas de Covid-19 à equipe da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de Guarulhos. Segundo o passageiro, ele realizou o teste RT-PCR em laboratório localizado no Aeroporto de Guarulhos e, em seguida, embarcou para o destino final, no Rio de Janeiro", diz nota divulgada pela secretaria de saúde fluminense, que acrescenta que, em Campos, o passageiro relatou dor de cabeça e rouquidão.

A Vigilância de São Paulo informou ainda ao CIEVS do Rio que as companhias aéreas em que o passageiro viajou foram notificadas para o envio da lista de passageiros.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Rio, todas as ações de vigilância foram tomadas e uma nova coleta de RT-PCR será analisada pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen).

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro também foi informada e ficou responsável por todas as providências junto ao hotel em que o passageiro dormiu na noite do dia 22, como a investigação dos contatos e a coleta de swab para mais testes RT-PCR.

Todas as amostras serão analisadas pelo laboratório estadual com pedido de urgência no processamento, e aquelas que forem positivas seguirão para sequenciamento.

São Paulo prepara barreira sanitária contra cepa indiana

No sábado (23), o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, participou de uma reunião online com o ministro Marcelo Queiroga para propor barreiras sanitárias no acesso à capital paulista. O objetivo é atuar na entrada de pessoas provenientes do Maranhão e da Argentina, nos aeroportos, rodoviárias e rodovias para evitar a circulação da nova variante indiana da Covid-19 na capital.

Também no sábado, o governo federal anunciou a ampliação da testagem de covid-19 no Maranhão e também em todo o País, além do reforço das medidas de contenção e triagem em portos e aeroportos e rodovias. Neste domingo (23), 600 mil testes serão enviados ao Maranhão. Todos os passageiros que passarem por aeroportos ou pelas fronteiras do estado maranhense precisarão fazer teste rápido.

TonyWinston
Covid-19: governo anuncia envio de 600 mil testes rápidos ao Maranhão - TonyWinston

Pernambuco sem registro de suspeitas da cepa indiana

O Estado de Pernambuco não registrou qualquer caso suspeito da variante B.1.617 do novo coronavírus. Na sexta-feira (22) um navio atracou no Porto de Suape, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife. Quatro tripulantes filipinos apresentarem sintomas da covid-19. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foi determinada a testagem dos suspeitos.

O anúncio da Agência se deu um dia após o Maranhão confirmar novos casos de covid-19 provocados pela variante do coronavírus B.1.617, originada na Índia, que tem preocupado o mundo em decorrência da sua fácil disseminação.

No entanto, segundo nota da Anvisa, divulgada neste sábado (22), "os quatro tripulantes que desembarcaram para atendimento médico tiveram resultado não detectado nas testagens para o novo coronavírus."

Também conforme a Anvisa, "um dos tripulantes recebeu alta clínica e autorização para retorno à embarcação. Os demais permanecem sob cuidados da unidade hospitalar", explicou a agência, sem informar qual hospital eles estão.

O navio FLAG FILIA "segue em quarentena, sob impedimentos de operação e desatracação, em área do Porto de Suape", esclareceu o órgão federal, destacando ainda que os "tripulantes que seguem embarcados serão todos submetidos a coletas para análise laboratorial".

O caso de uma pessoa com covid-19 que chegou da Índia no último fim de semana e está em isolamento em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, está sendo acompanhado por autoridades sanitárias brasileiras, segundo informações confirmadas pela Secretaria de Estado de Saúde Estado do Rio de Janeiro (SES).

No entanto, Pernambuco avalia a presença de variantes diversas, não só a indiana. A aceleração no registro de casos de covid-19 no Agreste fez com que o Governo de Pernambuco procurasse ajuda do Ministério da Saúde para tentar identificar se existe uma nova variante do coronavírus na região. O secretário estadual de Saúde, André Longo, explicou à Rádio Jornal, na manhã desta terça-feira (25), que falou com o ministro Marcelo Queiroga para realizar testes com amostras do vírus registradas neste mês de maio.

André disse haver preocupação com a variante indiana do coronavírus no Brasil e lamentou que a vigilância genômica não seja ágil no país. "O Brasil, infelizmente não faz uma vigilância genômica ágil, tanto que variante amazônica foi identificada primeiro no Japão, o que é um contrassenso, deveríamos identificá-la aqui. Precisamos ampliar a capacidade de sequenciamento genético, com amostragens de tempo mais real, fazer um quantitativo amostral para ver quais variantes estão circulando.

A variante indiana é suspeita em alguns Estados, não só no Maranhão. Vimos outra entrada suspeita no Rio de Janeiro, estamos preocupados com a possibilidade de circulação dessa variante no Brasil, que poderia precipitar uma terceira onda. Então, o movimento anormal no Agreste chama atenção e precisamos investigá-lo. Falei com o ministro da Saúde, o governador Paulo também falou com ele, pedindo apoio, e buscamos fazer sequenciamento genético mais rápido com amostras de maio aqui do Agreste", destacou.

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