Após uma semana da morte de Lázaro Barbosa, muitas perguntas permanecem sem respostas; investigações continuam
Estampando as principais páginas de noticiários do País, as investigações e buscas pelo suspeito mobilizaram ao menos 270 policiais militares e civis das forças de segurança de Goiás e do Distrito Federal
Nesta segunda-feira (5), a morte de Lázaro Barbosa, de 32 anos, completa uma semana. O homem, que é suspeito de assassinar uma família e cometer outros crimes, morreu no dia 28 de junho, na periferia de Águas Lindas de Goiás, após 20 dias foragido. Estampando as principais páginas de noticiários do País, as buscas pelo suspeito mobilizaram ao menos 270 policiais militares e civis das forças de segurança de Goiás e do Distrito Federal e, mesmo após sua morte, as investigações continuam e muitas perguntas permanecem sem respostas.
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Organização criminosa
Após a morte de Lázaro, as investigações prosseguem para apurar se ele foi mesmo o autor de outros crimes. Ele ficou conhecido como 'serial killer do DF'. De acordo com o secretário da Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, foram colhidas amostras de DNA do suspeito morto para comparar com amostras coletadas das supostas vítimas dele. Ainda se apura a origem dos R$ 4,4 mil encontrados com ele no dia da morte.
Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, a delegada Rafaela Azzi revelou acreditar que Lázaro não agia sozinho. Para a polícia, o homem fazia parte de uma organização criminosa. "Nessa organização criminosa, a gente já levantou que pessoas importantes participam dela. Nós temos empresários, fazendeiros, políticos...", disse a delegada.
O fazendeiro Elmi Caetano, que segundo as investigações escondeu o suspeito em sua propriedade, pode ser o mandante da chacina que Lázaro teria cometido em Ceilândia, no Distrito Federal. O fazendeiro Cláudio Vidal e os dois filhos, Gustavo e Carlos Eduardo, foram mortos no dia 9 de junho. Já a esposa de Cláudio, a empresária Cleonice Marques de Andrade, foi feita refém, estuprada e encontrada morta no dia 12 de junho.
“Considerando que havia um laço anterior, que o Lázaro já era conhecido do proprietário e que na entrevista o proprietário fala que aquela família devia um dinheiro a ele, nós não descartamos a hipótese de que ele tenha realmente usado Lázaro para cobrar a dívida, e em não recebendo, matar aquelas pessoas”, explicou Azzi. A defesa de Elmi Caetano, no entanto, negou que o fazendeiro tenha sido mandante do crime.
Ex-mulher e atual como cúmplices
Na noite em que foi morto, Lázaro Barbosa tinha ido até a casa da sogra, onde estava a ex-mulher, Luana Cristina. Em uma das passagens no local, entregou R$ 300 dizendo que era para despesas do filho. "Ele chegou aqui umas 19h30. Horas depois, voltou para pedir meu telefone emprestado", disse Luana ao Fantástico.
Agora, a polícia também apura se a ex-mulher e a viúva, Ellen Vieira, ajudaram Lázaro a se esconder. Foi do celular de Luana que Lázaro trocou mensagens com Ellen durante a madrugada antes de ser capturado. Por volta das 19h, ele tentou ligar cinco vezes para a esposa, em um intervalo de 15 minutos. Logo em seguida, foi baleado em confronto com a polícia. A troca de tiros aconteceu entre 7h30 e 8h. O suspeito foi atingido por 39 disparos.
O que Lázaro levava consigo no dia da morte?
Os policiais encontraram diversos itens na mochila de Lázaro. O homem levava armas, comida e produtos como luvas e isqueiro.
- 1 pistola;
- 1 revólver calibre 38;
- Carregador de pistola;
- Isqueiro;
- R$ 4,4 mil em espécie
- Gandola Camuflada;
- Balaclava;
- Luva de pano;
- Frasco branco com óleo;
- Vidro branco com antibiótico Amoxicilina;
- Macarrão instantâneo;
- Tempero pronto;
- Cebola;
- Biscoito.
Anônimo arca com despesas do enterro
Outro fator que intriga é que os custos do velório e sepultamento de Lázaro foram pagos por um anônimo, através de um advogado. A informação foi confirmada na quinta-feira (1º), ao jornal O Globo, por um funcionário da casa funerária Bom Samaritano, do Distrito Federal, responsável pelo serviço.
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“Não existe gratuidade nesse serviço. Te garanto que não houve nenhum tipo de doação, ainda mais nesse caso. Não é o que a nossa empresa preza. Foi um terceiro que nos contratou, a pedido de um advogado. Essa é a informação que eu tenho, disse um funcionário da funerária ao jornal O Globo.