DIVERSIDADE
Parada do Orgulho LGBT: confira detalhes sobre a volta presencial do evento que deve atrair milhões em São Paulo
Ao todo, serão 19 trios elétricos espalhados no evento, que tem expectativa de atrair até 3,5 milhões de pessoas
Com informações da Estadão Conteúdo
Após dois anos em formato remoto, a Parada do Orgulho LGBT voltará à Avenida Paulista, em São Paulo, com a expectativa de atrair até 3,5 milhões de pessoas. Ao todo, serão 19 trios elétricos espalhados no evento, que também transmitido online pelos canais oficiais da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP).
Entre os nomes com apresentações já confirmadas estão Pabllo Vittar, Aretuza Lovi e Luísa Sonza, além de artistas independentes da comunidade LGBT+, como Ariah, o coletivo Quebrada Queer e Ana Dutra.
Com o tema "Vote com orgulho: por uma política que representa", a parada alerta para a importância do voto às vésperas das eleições de outubro. Para o vice-presidente da APOLGBT-SP, Renato Viterbo, esta é uma chance de mostrar a importância do voto "para pessoas gerais", de esquerda ou direita.
"Essas são as políticas públicas que teremos para os próximos quatro anos. A intenção é votar em pessoas LGBTs e aliadas e que o público entenda o tanto que isso vai refletir também na sua família e no entorno", afirmou em entrevista que o Estadão publicou na sexta-feira, 17.
Estreante na parada, a supervisora pedagógica Ilana Rangel, de 24 anos, veio com as amigas de Maricá, no Rio de Janeiro, para participar do evento. Para ela, ter a parada virtual estava longe de ser ideal. "Foram dois anos péssimos. O movimento é rua."
Amiga de Ilana, Samara Rodrigues, de 23, conta que está emocionada por também poder fazer parte do evento pela primeira vez. Estar na Avenida Paulista, segundo ela, mostra que a comunidade existe. Samara destaca que votar, neste ano, significará resistência e sobrevivência. "Precisamos votar em quem defende a nossa vida."
O mineiro Jean Maia, de 26 anos, concorda que participar da parada em ano de eleição é sempre muito importante. Ele conta que, em 2018, se retraiu e sentiu medo. Mas diz que neste ano será diferente. "A parada é um protesto. Vamos mostrar que estamos aqui, presentes."
Lutar em prol da comunidade também é o objetivo de Mirian da Silva, de 62 anos. "Ser LGBT se tornou mais viável, mas temos de continuar lutando. Mudar nossa política", afirma Mirian.
O professor Francisco Za Salles, de 39 anos, veio de Itatira, no Ceará, para estar neste domingo na Paulista. "É um ano muito importante para a gente", destaca o professor. "Precisamos dar um basta."
Como será a infraestrutura do evento?
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) deslocou mais de 2 mil policiais militares e 254 viaturas para fazer o patrulhamento do evento. A ação terá do apoio do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran), do Corpo de Bombeiros e do Grupamento de Radiopatrulha Aérea (GRPAe), que sobrevoará o local com os helicópteros.
Ainda, destacou que o Estado tem unidade policial especializada nas investigações de crimes de homofobia, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Vítimas e testemunhas podem entrar em contato com a unidade por meio do telefone (11) 3311-3555 ou pelo e-mail decradi@policiacivil.sp.gov.br. Ela também investiga denúncias recebidas através de diversos órgãos, com os Disque 100 e 180.
A Secretaria de Saúde municipal anunciou que contará com três tendas instaladas ao longo da Parada. A ação faz parte da "Semana do Orgulho LGBT+" organizada pela Coordenadoria de IST/Aids. As barracas terão materiais educativos e insumos de prevenção, além de contar com agentes especializados. Será oferecida aos participantes testagem rápida de HIV e sífilis. E haverá distribuição de preservativos e autoteste para o vírus da Aids.