TRAGÉDIA EM MARIANA: 7 anos após desastre ambiental, Ministério anuncia fundos para compensar perdas

O rompimento da barragem de Mariana (MG), que provocou o maior desastre ambiental do Brasil, completa sete anos em 2022
Julianna Valença
Publicado em 30/08/2022 às 9:23
João Leôncio Martins, com sua casa ao fundo no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), atingido pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil


Com informações da Agência Brasil

Sete anos após o rompimento da barragem de Mariana (MG), que provocou o maior desastre ambiental do Brasil, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) anunciou dois fundos para compensar os danos ambientais e sociais provocados na cidade.

Foto: Fred Loureiro/ Secom ES - O processo coloca ainda como corresponsáveis pela tragédia a União e os Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo

Em novembro de 2015, a ruptura da barragem da mineradora Samarco – que tem como principais acionistas as empresas Vale e BHP Billiton – liberou uma avalanche de rejeitos que alcançou o Rio Doce e escoou até a foz, causando diversos impactos socioambientais e socioeconômicos em cidades mineiras e capixabas, além de 19 mortes.

De acordo com o MMA, a situação é crítica em toda a extensão de 700 quilômetros (km) do Rio Doce, da cidade de Mariana em Minas Gerais, até a foz no Espírito Santo. Até agora muitas vítimas não retornaram às suas casas e seguem sem receber indenizações por danos.

MINISTÉRIO ANUNCIA FUNDOS DE COMPENSAÇÃO DE DANOS

Está em fase final de negociação a criação de dois fundos para compensar os danos ambientais e econômicos decorrentes do rompimento da barragem de Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015.

Um dos fundos terá caráter estadual e será mantido pelos governos de Minas Gerais e do Espírito Santo. O foco será em infraestrutura, especialmente saneamento.

O outro fundo será federal – o Fundo Rio Doce Empreendedor, coordenado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – e será voltado ao fomento do empreendedorismo verde na região com projetos de pagamento por serviços ambientais, tratamento de lixo e reciclagem, créditos de carbono, energia limpa, hidrogênio verde e bioeconomia.

"As negociações caminham para sua reta final, buscando que este seja o maior acordo ambiental do mundo", disse o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Segundo o ministro, buscar uma reparação justa, célere e efetiva para os atingidos e para toda a região é obrigação do poder público.

Em 2016, por meio do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC),  foi firmado um acordo para reparação de danos. A gestão de todas as ações ficou a cargo da então criada Fundação Renova, entidade que é mantida com recursos da Samarco, da Vale e da BHP Billiton.

A entidade já consumiu R$ 23 bilhões em valores atualizados. "Os gastos foram completamente ineficientes, sem resultados reais para as pessoas, para a natureza e para a econômica local", informou o ministério.

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