Política

PANDEMIA: ex-esposa de Eduardo Pazuello diz que Manaus foi "laboratório humano" no governo Bolsonaro

Andrea divulgou em postagens no Instagram que "nunca vai perdoar esse governo e quem compactuou com ele"

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Edilson Vieira

Publicado em 24/10/2022 às 20:38
General Pazuello ao prestar depoimento na CPI da Covid, em maio de 2021 - JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

A ex-esposa de Eduardo Pazuello (um dos quatro ministros a ocupar a pasta da Saúde no governo Bolsonaro) divulgou informações sobre o período que o ex-marido esteve na linha de frente da fae mais crítica da pandemia no Brasil.

A dentista Andrea Barbosa, contou que o governo do presidente, e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) usou o estado do Amazonas como um "laboratório humano" para testar a imunidade de rebanho contra a doença.  As informações foram publicadas pelo portal UOL. 

Segundo o UOL, Andrea divulgou em postagens no Instagram que "nunca vai perdoar esse governo e quem compactuou com ele",  e nega que sua "indignação" com a atual gestão tenha motivos pessoais. 

Ricos e pobres morreram de Covid em Manaus 

Andrea Barbosa afirma que estava em Manaus durante a crise de falta oxigênio para os pacientes internados com Covid-19, em janeiro de 2021. Segundo o UOL, ela diz ter presenciado quando Manaus "foi feita de laboratório para testar imunidade de rebanho (isso mesmo, aquela mesma que se testa em gados), quando a cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz era prescrita até para grávidas em estado febril pelo aplicativo TratCov". TratCov era o aplicativo oficial do Ministério da Saúde à época e trazia orientações sobre a doença.

"Eu estava lá quando milhares de caixões eram enterrados em valas porque o cemitério já não tinha espaço e o presidente dizia que não era coveiro e, portanto, não tinha nada com isso. Eu vi gente que tinha muito dinheiro morrer sem oxigênio na pista entrar na UTI aérea. Eu vi gente que não tinha o que comer morrer pelo mesmo motivo e não ter recursos para enterrar seu ente querido", escreveu, salientando ainda que, enquanto isso, o governo "negava a ciência e dizia não à vacina".

Mortes em Manaus e mordomias no Ministério

Ainda de acordo com as declarações de Andrea Barbosa, divulgadas pelo UOL, enquanto milhares de brasileiros morriam diariamente de covid e o país enfrentava um verdadeiro caos, "nos bastidores a equipe do ministério que distribuía cloroquina esbaldava-se de uísques caros e taifeiros do Exército servindo a alta burguesia da cidade sem oxigênio".

A ex-esposa de Pazuello disse ainda que "surtou" porque não deu conta da situação. Era coisa "demais para compactuar". Segundo a dentista, Manaus, que é uma cidade de "lonjuras e dificuldades logísticas foi o instrumento certeiro para as maiores atrocidades".

O UOL procurou o Ministério da Saúde que respondeu que "desde o início da pandemia atuou de forma célere e transparente para agilizar as medidas de prevenção, proteção e cuidado da população brasileira". E acrescentou: "O Ministério adquiriu e distribuiu mais de 518 milhões de vacinas para a população".

A reportagem do portal  também entrou em contato com a assessoria de Eduardo Pazuello (eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro), mas não teve retorno. O espaço continua aberto para manifestação de Pazuello.

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