Sob chuva, avião sai de aeroporto e explode em Ubatuba durante pouso

No avião, havia quatro passageiros da mesma família: a empresária Mireylle Fries, seu marido, Bruno Almeida Souza, e os dois filhos do casal

Publicado em 09/01/2025 às 21:58
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Um avião de pequeno porte caiu nesta quinta-feira (9) na orla da Praia do Cruzeiro, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo. O piloto, Paulo Seghetto, morreu e outras cinco pessoas ficaram feridas. A aeronave vinha do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás (SWME). De prefixo PR-GFS, o modelo Cessna Citation 525 CJ1 pertencia à família do produtor rural Nelvo Fries, segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

No avião, havia quatro passageiros da mesma família: a empresária Mireylle Fries, seu marido, Bruno Almeida Souza, e os dois filhos do casal, um menino e uma menina. "Eles foram socorridos e, aparentemente, (estão) estabilizados, conscientes e orientados", disse a capitã Karoline Magalhães, do Corpo de Bombeiros, em entrevista à GloboNews.

Já a outra vítima, cuja identidade não havia sido divulgada até esta quinta, 9, estava em uma praça próxima ao local onde o avião explodiu. Todas foram encaminhadas para a Santa Casa de Ubatuba. Conforme informações do hospital, ontem um adulto estava em estado grave e uma criança sob monitoramento, em situação "potencialmente grave".

O acidente ocorreu após o piloto tentar pousar em Ubatuba no fim da manhã. A Rede Voa, concessionária que administra o aeroporto, disse que a aeronave ultrapassou a pista, atravessou o alambrado e a cabeceira 09, antes de atravessar uma avenida, uma praça e explodir na praia. "As condições meteorológicas eram degradadas, com chuva e pista molhada", disse a Rede Voa, em nota à reportagem.

Investigação

Conforme a Força Aérea Brasileira (FAB), investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), braço regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foram acionados para o atendimento inicial da ocorrência.

A FAB afirmou que serão usadas técnicas específicas, "conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações".

Em nota, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) disse que também investigará o acidente. Segundo o órgão, o promotor Tiago Antonio de Barros Santos pediu informações preliminares à prefeitura de Ubatuba, à Anac e ao Cenipa para "analisar fatos e apontar eventuais responsabilidades, além de verificar a regularidade da aeronave e do Aeroporto de Ubatuba". Foi dado prazo de 48 horas para as respostas.

Vídeo obtido pelo Estadão por meio da PM mostra o momento em que o avião ultrapassa a pista do aeroporto de Ubatuba e explode na praia, próximo a uma pista de skate.

O Corpo de Bombeiros não considera o acidente como queda, mas como uma "excursão de pista", quando a aeronave sai da pista na hora do pouso ou da decolagem. Com a situação controlada, a remoção do avião pelos órgãos responsáveis estava prevista para começar ainda ontem.

Avião de pequeno porte cai e explode na praia em Ubatuba, no Litoral Norte de SP

Situação regular

A aeronave estava em situação regular, com operação negada apenas para táxi aéreo, segundo a Anac. Fabricado em 2008, tinha capacidade de carregar até 4,8 mil quilos e levar até sete passageiros, além do piloto.

Ainda segundo a capitã Karoline, o piloto estava preso nas ferragens quando as equipes da corporação chegaram ao local. Seghetto chegou a ser retirado com vida, mas estava com uma parada cardiorrespiratória e não resistiu aos ferimentos.

De acordo com informações de suas redes sociais, Seghetto trabalhava como piloto desde 1997. Entre 2010 e 2014, ele atuou como piloto na Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo. Desde então, dedicava-se à aviação executiva.

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