Enganoso
- Reportagem da agência Reuters é de dezembro de 2018, mas vem sendo relacionada à atual contaminação por petróleo no litoral do Nordeste
Desde a noite de domingo (20), circula pelas redes sociais uma reportagem antiga da agência Reuters sobre um vazamento de petróleo ocorrido em uma operação da companhia petrolífera Shell. A divulgação do conteúdo tem provocado confusão nos debates sobre a contaminação por petróleo que afeta atualmente o Nordeste brasileiro.
Intitulada “Shell confirma pequeno vazamento de óleo em transferência marítima nas águas brasileiras” (tradução livre), a reportagem foi publicada pela agência de notícias em 10 de dezembro de 2018 e se refere a um episódio ocorrido na Bacia de Santos, que fica no litoral de São Paulo. Não há, portanto, relação entre o episódio descrito e a contaminação atual no Nordeste.
Leia Também
- Manchas de óleo: Pernambuco ainda não vai decretar situação de emergência
- Ativistas convocam voluntários para limpar óleo em praias do Cabo
- Veja onde doar materiais de proteção para voluntários que limpam óleo nas praias
- União é notificada e analisa que medidas tomar sobre óleo em Pernambuco
- Entenda por que as manchas de óleo não atingiram Porto de Galinhas
- As imagens do óleo na praia de Itapuama, Cabo de Santo Agostinho
- Moro diz que investigação sobre óleo no Nordeste está ''em curso''
- ''Caso único no mundo'', diz Mourão sobre manchas de óleo no Nordeste
Desde o fim de agosto, manchas de óleo começaram a aparecer em praias de todos os estados do Nordeste brasileiro. Análises realizadas pela Petrobras e pela Marinha indicaram que o material é petróleo cru e não algum derivado.
A Polícia Federal, a Marinha e o Ministério do Meio Ambiente estão investigando o caso, mas até agora não se sabe qual é a origem do petróleo que afeta a costa brasileira.
Em meio à contaminação do litoral do Nordeste, foram encontrados tambores da empresa Shell em Sergipe e no Rio Grande do Norte. A empresa afirma que o conteúdo dos barris não tem relação com o óleo cru encontrado nas praias da região. A PF investiga os clientes que compraram os barris. Segundo a Shell, os compradores são dos Emirados Árabes Unidos e da Libéria.
O link acumula mais de 40 mil interações no Facebook, de acordo com a ferramenta de monitoramento de redes Crowdtangle, e circulou recentemente em páginas como “Rede de Informações Anarquistas” e “Blog Vamos Resistir ao Golpe” e no perfil @renatinhois no Twitter.