O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse nesta terça-feira (29) que não faltam recursos ao país para combater o vazamento de petróleo no Nordeste. As manchas de óleo cru começaram a chegar às praias no fim de agosto e atingiram mais de 200 localidades em todos os estados da região. Desde então, foram recolhidas mais de 1 mil toneladas do produto, numa extensão de 2,5 mil quilômetros.
Segundo Albuquerque, o trabalho é coordenado pela Marinha e a origem do vazamento ainda é desconhecida. “O ministério presta apoio e faz parte do gabinete que está acompanhando essa situação. Não tenho conhecimento de nenhuma conclusão que se tenha chegado. Nós temos evoluído muito ao longo do tempo, mas a causa desse óleo é desconhecida”.
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O ministro conversou com a imprensa depois de participar, na manhã desta terça-feira (29), da mesa de abertura da Offshore Technology Conference (OTC) Brasil 2019, quinta edição do principal congresso de petróleo e gás do país, que vai até quinta-feira (31) no Centro de Convenções Sulamérica, no centro do Rio de Janeiro.
Albuquerque elogiou a iniciativa da Petrobras de colocar à disposição todos os meios da empresa na solução do problema, inclusive na investigação da origem do vazamento. Segundo ele, a comunidade internacional está mobilizada em torno da questão.
“Esse esforço está sendo feito de forma integrada e com a comunidade internacional. Todos estão envolvidos, a Organização Marítima Internacional, que tem sede em Londres, vários órgãos internacionais, não só de prevenção do meio ambiente, mas também que estão ligados ao setor de petróleo e gás, estão buscando e enviando informações para que se chegue a uma conclusão”.
Fato inédito
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, que também participou do evento, disse que o fato é inédito, por não se saber a origem do vazamento. “Não conheço um evento como esse que tenha acontecido no mundo, onde não se sabe a origem, o volume, a causa. Não se consegue monitorar em tempo real porque parte do petróleo vazado fica por baixo da água, por ser mais denso”.
Segundo Oddone, o laboratório da ANP também está ajudando na análise das amostras e a agência integra o grupo de investigação, junto com a Marinha e o Ibama. “Não foi um vazamento originado no Brasil, não foi em águas brasileiras, não tem relação com operações no Brasil”, disse Oddone.