APLICAÇÃO UFPE

Inscrições para seleção do Colégio de Aplicação da UFPE começam nesta terça-feira

Metade dos 60 novos alunos que ingressar na escola virá de rede pública, graças à implantação de um regime de cotas

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 23/08/2016 às 8:00
Foto: André Nery/JC Imagem
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Faz quatro anos que nenhum candidato egresso de escola pública consegue aprovação na disputada seleção para o 6º ano do ensino fundamental do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Essa realidade mudará a partir de 2017, quando metade dos 60 novos alunos que ingressar na escola virá da rede pública, graças à implantação do regime de cotas para esse público. A inscrição para o concurso começa nesta trça-feira (23) e vai até o dia 22 de setembro, ao custa de R$ 100. As provas acontecerão dia 4 de dezembro.

Se a concorrência já era acirrada – a média dos anos passados foi de 30 estudantes competindo por cada vaga –, a tendência é que agora fique ainda maior. Tanto interesse de pais e alunos se justifica (embora o ensino de lá não foque em rankings): 8,4 foi a nota do colégio, nos anos finais do ensino fundamental, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2013, indicador de qualidade medido pelo Ministério da Educação. No Exame Nacional do Ensino Médio de 2014, a unidade teve a maior média da rede pública de Pernambuco, nas provas objetivas, com 674,65. E ficou em primeiro lugar entre as públicas no Brasil na prova de redação, com nota 843,85.

“Buscamos desenvolver nos nossos alunos a cognição, a emoção, o respeito à diversidade, a ética e a cidadania. Somos cada vez mais desafiados a dialogar com diferentes realidades sociais, de gênero, de aprendizado. Éramos uma escola pública que não atendia o aluno da escola pública, uma questão que vinha nos inquietando”, destaca a diretora do colégio, Lavínia Ximenes. 

A escola não tem uma linha pedagógica predominante. Não se classifica como construtivista ou montessoriana, por exemplo. “Não temos um corpo docente fechado com uma linha pedagógica. Há uma soma de práticas. Todos os nossos 55 docentes têm dedicação exclusiva e pós-graduação. Mais de 80% são mestres ou doutores”, diz Lavínia. A unidade é campo de estágio para alunos das diversas licenciaturas oferecidas na UFPE. 

Foto: André Nery/JC Imagem
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Chama a atenção no Aplicação a proposta curricular. Além das disciplinas obrigatórias, os alunos têm, na parte diversificada do currículo, aulas de teatro, música, artes, história da ciência, história dos povos indígenas e cultura germânica e hispânica, entre outras matérias. A interdisciplinaridade é estimulada. 

Nos quatro anos do ensino fundamental (6º ao 9º ano), o estudante aprende inglês ou francês. Ao chegar no ensino médio agrega mais uma língua estrangeira, que pode ser o espanhol. O horário das aulas é integral duas vezes por semana para o fundamental e três vezes, para o ensino médio (com exceção do 3º ano).

A cada dois meses, quando uma unidade é concluída, a escola suspende as aulas por uma semana para realização dos conselhos de classe. Cada turma senta com todos os professores, direção e equipe pedagógica para avaliar como foi seu desempenho, quais foram as dificuldades, o que precisa ser melhorado. Em outro momento, os docentes se reúnem para também avaliar o resultado individual dos estudantes. Se houver necessidade, os pais são chamados para conversar. Não há nota. O aluno recebe um parecer descritivo de aprendizagem.

Por ser uma escola pública, todos os estudantes recebem livros do Ministério da Educação. Também é ofertada merenda diariamente e almoço quando o horário de aulas é estendido, embora muitos alunos optem por comprar lanches. O colégio dispõe de laboratórios de matemática/desenho, física/tecnologia, química e biologia, além de salas de artes, música, espanhol, inglês e francês.

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