Melhorar o humor, aumentar a concentração, reduzir o estresse, ampliar a qualidade do sono, a confiança, a liderança: os estudos demonstram e a realidade comprova que a prática de esportes é poderosa não apenas para o corpo, mas para a mente. Pedro Arteiro, de 17 anos, é exemplo vivo desse contexto e atribui à atividade esportiva regular parte importante do bom desempenho obtido frente aos desafios escolares. “Ajuda muito a controlar a emoção, o nervosismo. Como eu participava de competições esportivas, tive que aprender a controlar esses sentimentos e usá-los a meu favor”, explica.
Aluno 3º ano do Ensino Médio, Pedro fez parte da equipe de natação do Colégio Santa Maria, localizado em Boa Viagem. “Sempre gostei de praticar esportes. Primeiro fiz natação, porque acho que é algo que todo mundo tem que saber: nadar. Depois fui para o futsal, para o vôlei, mas acabei voltando para as piscinas”, conta o aluno, que pretende cursar Medicina. Lado a lado do bom desempenho esportivo vieram os bons resultados nas salas de aula. Aos 14 anos, ele conquistou o primeiro lugar na primeira edição da Olimpíada Nacional de Ciências. Em 2018, ganhou a medalha de prata na IV Olimpíada Brasileira de Biologia. E, mais recentemente, chegou ao primeiro lugar da média acumulada no SSA1 e SSA2, o vestibular seriado da Universidade de Pernambuco.
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Para o coordenador de esportes do Colégio Santa Maria, Fred Lopes, a prática esportiva auxilia na formação do ser humano nas perspectivas sociais, fisiológicas e cognitivas. “Sociais, contribuindo no convívio e socialização. Fisiológica, quando dá suporte ao crescimento sadio e ao desenvolvimento das capacidades físicas. E, por último, cognitiva, quando possibilita utilizar dos aprendizados dos jogos, da vitória e da derrota para o contexto do dia a dia, permitindo que o aluno saiba lidar com pressão, ansiedade, etc”, enumera.
Os alunos têm aulas de Educação Física duas vezes por semana, a partir de diversos conteúdos que estimulam os alunos à prática de atividade física e bons hábitos de vida. “Nas modalidades esportivas, os alunos na fase de iniciação, além dos treinos, participam de festivais. Quando entram na etapa de aprimoramento, começam a participar de competições de diferentes níveis, desde municipais até nacionais”, explica Fred. Ele conta que, recentemente, a instituição foi convidada a competir em um torneio de futebol na França e na Finlândia. “Nossos atletas participaram esse ano de dois Sul-americanos: um de basquete, onde foram campeões, e outro de futebol, que também vencemos, no Uruguai.”
Para tanto, os estudantes-atletas contam com ginásios esportivos e um parque aquático com três piscinas, sendo uma semi-olímpica, com 25m. “O esporte pode modificar a vida de muita gente, tanto quem está em condição de vulnerabilidade social, quanto pode possibilitar que as pessoas se unam para melhorar a vida do outro a partir de uma bola, por exemplo”, defende o professor. “O jogo desperta emoções no indivíduo que, mesmo ele não sendo um atleta de ponta, desenvolvem a autoconfiança. Possibilita romper barreiras dos limites físicos e psicológicos. Se soubermos usar isso de forma positiva, podemos modificar a sociedade, para que a vitória seja coletiva e não individual”, acredita.