A defesa de Isabel Cristina Pires da Silveira, acusada de canibalismo, disse que a mulher não resiste a influência do marido, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira. O julgamento do casal e de Bruna Cristina Oliveira da Silva ocorre no Fórum Lourenço José Ribeiro, em Olinda, e é presidida pela juíza Maria Segunda. A previsão é que a sentença seja divulgada às 20h. Esta sexta-feira (14) é o segundo dia de julgamento.
Leia Também
- Promotora ressalta frieza dos acusados de canibalismo
- Julgamento dos canibais recomeça com fala da acusação
- Acusada de canibalismo nega envolvimento em assassinato de jovem
- Risadas na plateia atrapalham julgamento de trio acusado de canibalismo
- Durante depoimento, acusado de canibalismo faz oração e diz que cometeu erro
- Delegado acusa supostos canibais de envolvimento com seita satânica
- Começa julgamento de trio acusado de canibalismo
Paulo Sales, advogado de Isabel, afirmou que ela é extremamente dependente de Jorge, e que apenas fez o que ele mandou. "Essa senhora não tinha outra opção senão aceitar tudo que Jorge lhe impunha", defendeu o advogado.
As linhas da defesa de Isabel são: a primeira é a de que ela não conseguia resistir à influência de Jorge. Nesse caso, pede absolvição. A segunda é a da coação resistível. Nesse caso, pede diminuição da pena.
A defesa de Jorge, a defensora pública Tereza Joacy afirmou que ele tem problemas mentais. "Jorge não era inteiramente responsável pelo que fez", disse. Ela pediu que o júri estude a possibilidade de diminuir a pena do acusado.
Pela manhã, a promotora Eliane Gaia, representante do Ministério Público de Pernambuco no processo, pediu pena máxima. A promotora construiu sua argumentação com base nos depoimentos das testemunhas, o delegado Paulo Berenguer e o psiquiatra forense Lamartine Hollanda.
O esforço do Ministério Público foi o de desconstruir a imagem oferecida pela defesa de que os réus estavam arrependidos e de que os mesmos tinham problemas mentais. "Jorge tem fascínio pelo mal. Não tem nada de louco, nada", prosseguiu.
CASO - O trio é acusado de homicídio quadruplamente qualificado (por motivo fútil, com emprego de meio cruel, sem dar chance de defesa à vítima e para assegurar impunidade), vilipêndio e ocultação de cadáver de Jéssica Camila da Silva Pereira, 17 anos. O crime ocorreu em maio de 2008, no bairro de Rio Doce, Olinda.
A primeira parte do julgamento, iniciado na quinta-feira (14), durou mais de 10 horas e teve os depoimentos das testemunhas e dos réus. O trio confirmou ter cometido o assassinato da jovem e de ter comido a carne após a morte. As investigações da polícia indicaram que as mortes faziam parte de um "ritual de purificação".