Comércio informal

Entorno do Mercado de São José passa por reordenamento e divide ambulantes

Alguns comerciantes se queixam de abusos cometidos por parte dos fiscais da prefeitura e outros aprovam a medida, afirmando que as antigas estruturas precisavam ser modificadas

Do JC Online
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Publicado em 08/12/2014 às 21:18
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Alguns comerciantes se queixam de abusos cometidos por parte dos fiscais da prefeitura e outros aprovam a medida, afirmando que as antigas estruturas precisavam ser modificadas - FOTO: Foto: Rodrigo Carvalho/ JC Imagem
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Foi iniciada na noite do último domingo e seguiu durante toda esta segunda-feira (8), no entorno do Mercado de São José, área central do Recife, a padronização das barracas dos ambulantes que atuam no local. A medida da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc) dividiu opiniões entre os comerciantes informais, situação em muito motivada pela falta de informação entre eles. Alguns se queixam da ação dos fiscais da prefeitura e outros aprovam a iniciativa, afirmando que as antigas estruturas precisavam ser modificadas.

De acordo com a Semoc, após reuniões realizadas com o Sindicato dos Comerciantes Informais de Pernambuco (Sindicipe), ficou decidido que o tamanho das cerca 70 barracas que existem na localidade seria reduzido para a metragem de 80 cm x 1.60 m para facilitar a mobilidade das pessoas e propiciar um espaço para organizado para os trabalhadores. Alguns deles, no entanto, não receberam bem a decisão.

A mãe e duas tias de Ronaldo Oliveira, comerciante, possuem três barracas de roupas na frente do mercado, na Praça Dom Vital. Segundo ele, a prefeitura não comunicou aos ambulantes que a ação seria realizada e apreendeu parte de sua mercadoria. “O pessoal da secretaria foi muito ignorante e recolheu parte dos nossos produtos para um local que nem sequer nos informaram aonde fica. Muita gente depende daquelas barracas para sobreviver, várias pessoas pediram empréstimos por causa do aumento na demanda do final do ano e agora vão ter que arcar com esse prejuízo”, lamentou.

Rosilene Maria Pereira, 39 anos, vende utensílios em alumínio nos arredores do Mercado de São José e aprovou a medida. “A prefeitura está apenas organizando essa área. Antes algumas barracas ocupavam espaços enormes e os toldos estavam uma nojeira. Agora os equipamentos serão trocados e vão ficar todos padronizados”, afirmou a comerciante.

Ainda conforme a Semoc, no decorrer de 2015, os comerciantes informais da cidade cadastrados junto à prefeitura serão realocados para centros de compras localizados no Cais de Santa Rita e nas Ruas do Riachuelo, da Penha, Sete de Setembro e da Saudade. Como e quando isso vai ocorrer, entretanto, ainda é uma incógnita para os ambulantes. “Eu sei que agora eles estão apenas organizando esse espaço, mas não sei o que vai ser de nós daqui pra frente. Quando o ordenamento acontecer de fato, pra onde nós iremos?”, questionou Madalena da Silva, 28.

Uma reclamação que uniu quem era contra e a favor da ação foi em relação ao momento em que ela foi realizada. Segundo os comerciantes, esse trabalho poderia ter sido realizado em janeiro, quando as vendas são mais fracas e, consequentemente, o prejuízo seria menor.

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