Clima

Especialista explica fenômeno que ocasionou tromba d'água em Piedade

Causada por uma série de fatores climáticos, como temperatura da água do mar e formação de nuvens sobre o oceano, a tromba d'água assustou os banhistas que estavam na praia no último domingo

Do JC Online
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Publicado em 02/03/2015 às 11:28
Foto: DALTEIR SIQUEIRA MOURA SOBRINHO/ComuniQ
Causada por uma série de fatores climáticos, como temperatura da água do mar e formação de nuvens sobre o oceano, a tromba d'água assustou os banhistas que estavam na praia no último domingo - FOTO: Foto: DALTEIR SIQUEIRA MOURA SOBRINHO/ComuniQ
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A tromba d'água que atingiu a praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, no último domingo (1º), foi causada por uma série de fatores climáticos atípicos na costa pernambucana. O fenômeno está ligado a condições de temperatura alta no oceano, formação de nuvens cumulus nimbus e a um movimento chamado de vórtice sobre o mar, que causa o efeito de redemoinho. De acordo com o geógrafo Lucivanio Jatobá, as chances de uma nova tromba-dágua se formar no litoral do Estado são muito baixas. "Pode se repetir, mas estatisticamente seria uma raridade. Caso as condições para formação se repetirem, há uma possibilidade", explica.

Apesar de ter sido de baixa intensidade, com ventos com velocidade inferior a 70 km/h, o geógrafo chamou atenção para o comportamento dos banhistas que aguardaram a chegada da tromba d'água para sair do local. "As pessoas precisam se abrigar em algum lugar que possa dar o mínimo de segurança. Se fosse um tornado clássico, que é aquele em que os ventos superam 70 km/h, eles correriam sério risco de vida", explicou. O Corpo de Bombeiros não registrou feridos no momento do fenômeno. Confira a entrevista na íntegra à Rádio Jornal:

Na internet, os usuários das redes sociais comentaram o fenômeno, que denominaram minitornado, e publicaram alguns vídeos. Nas imagens é possível ver o susto causado em quem estava na praia no momento do ocorrido. Folhas de coqueiro e objetos voaram e as varandas dos apartamentos ficaram cheias de areia. Confira uma compilação de vídeos do momento do fenômeno.

“Foi assustador, estava saindo do prédio na beira-mar. Voaram cadeiras, guarda-sóis, as folhas dos coqueiros se soltaram e até uma criança pequena foi jogada pelo forte vento. Muitas pessoas saíram correndo e gritando por socorro”, diz a gestora Vanessa Quechua, moradora do Edifício Julius, na Bernardo Viera de Melo.

Outra coisa que chamou a atenção de quem presenciou a tromba-d’água foi o fato de que a ventania e as nuvens vinham no sentido de Boa Viagem para Piedade. “Impressionante. Nunca vi nada parecido. Vi a ventania passando pelos prédios, levando folhas, areia. Ela se dissipou depois da Bernardo Vieira de Melo quase indo para as três faixas”, lembra o corretor de imóveis, Fernando Souza. Ele mora em Piedade há 10 anos.

MAIS CHUVA

De acordo com último relatório da Apac, nuvens oceânicas densas têm atingido o litoral no momento. As chuvas devem continuar até esta segunda-feira (2), pois a região está sendo atingida por dois sistemas climáticos: a Zona de Convergência Intertropical e o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis, que está se deslocando em direção oeste. 

OUTROS FENÔMENOS

Com o fenômeno, o medo de novas ocorrências naturais trazerem danos ao litoral pernambucano pode ser levantado, mas é necessário cautela. Lucivanio Jatobá falou sobre a possibilidade de um tsunami no litoral pernambucano. Podem ficar tranquilos, as chances de um fenômeno do tipo acontecer no Estado são próximas a zero. Confira a entrevista.

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