Fechada para obra de restauração em setembro de 2007, a Basílica da Penha, no bairro de São José, Centro do Recife, está se organizando para retomar as atividades religiosas dentro da igreja. Os frades capuchinhos, que administram o templo, pediram à Secretaria municipal de Defesa Civil a liberação de dois terços da área da nave (espaço onde os fiéis assistem à missa) e aguardam a resposta ainda esta semana.
“Não há mais risco de desabamento de rebocos e de adornos na nave central. Isso foi eliminado com as intervenções que fizemos”, explica o reitor da basílica, frei Luís de França. A proposta é abrir para o público o trecho entre a porta de entrada da igreja e o altar-mor. Permanecerá interditada a parte da nave por trás do altar, onde encontram-se as duas torres sineiras, que apresentam danos graves e precisam de reparos.
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Há sete anos e meio, as missas e as bênçãos de São Félix são celebradas num salão improvisado no oitão do convento. “A nave é duas vezes maior e oferece mais conforto”, declara frei França. Ele avisa à população que a reocupação parcial da igreja não será de imediato. “Depois de receber a permissão da Defesa Civil, teremos de providenciar uma rampa de acessibilidade, junto da escadaria externa do prédio”, explica.
A construção da rampa numa das laterais da escadaria, para atender idosos e portadores de necessidades especiais, levará de 30 a 40 dias, a partir da data de início do trabalho. Paralelamente, a Província Capuchinha mantém diálogo com a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) para recuperar as torres sineiras.
O projeto executivo de restauração das duas torres, elaborado por técnicos contratados pelos religiosos, foi entregue à Fundarpe em 22 de janeiro de 2015. “É um diagnóstico completo dos problemas. A situação é mais grave do que pensávamos, de rachaduras e desprendimento de reboco”, destaca. Uma das torres está escorada, como medida preventiva contra desabamento.
Para reforçar a gravidade dos danos, o religioso compara as duas torres a um paciente que precisava de cuidados de UTI há cinco anos, mas até agora continua à espera de atendimento. Os capuchinhos deverão assinar convênio com o Estado e a Prefeitura do Recife, para repasse de recursos que serão aplicados na execução do serviço.
A presidente da Fundarpe, Márcia Souto, informa que o governo disponibilizará R$ 1 milhão. “Pedimos esclarecimentos de alguns pontos do projeto e deveremos receber as informações até o fim da primeira quinzena de março de 2015”, diz ela. A prefeitura contribuirá com igual valor.
A obra está orçada em R$ 3,5 milhões, podendo baixar para R$ 2,8 milhões se as torres forem recuperadas simultaneamente, aproveitando a mesma logística, diz o frade. Construída nos anos 1870, a Basílica da Penha é tombada como patrimônio estadual.
