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Vereadora vê abuso de poder no caso Karinny Oliveira

Isabella de Roldão convocou audiência pública e sublinhou que estudante está sofrendo alienação parental

Do JC Online
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Publicado em 10/03/2015 às 17:35
Foto: Jão Vicente/Divulgação
Isabella de Roldão convocou audiência pública e sublinhou que estudante está sofrendo alienação parental - FOTO: Foto: Jão Vicente/Divulgação
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Ganhou força o movimento de apoio à estudante de pós-graduação Karinny Oliveira, que teve prisão decretada e depois suspensa no ano passado – atualmente, seu caso está sendo apreciado na Justiça, o que significa que ela ainda corre risco de ser novamente mandada para a cadeia por falta do pagamento de R$ 12.700 ao ex-marido, o promotor Fernando Portela, com quem tem dois filhos adolescentes. A bolsista não os vê há mais de um ano. Hoje pela manhã, no plenarinho da Câmara dos Vereadores do Recife, uma audiência pública convocada pela vereadora Isabella de Roldão recebeu nomes que ainda não haviam se relacionado publicamente ao caso, como a Secretária da Mulher do Estado, Silvia Cordeiro, o vereador Jurandir Liberal e a própria Isabella de Roldão. O Ministério Público foi convidado, mas não enviou nenhum representante. Ano passado, o MP se negou a enviar para o JC a relação de comarcas pelas quais Fernando Portela havia passado desde o início de sua atuação profissional.

“É preciso provocar os vereadores a um posicionamento, com o poder dessa casa podemos publicizar esta questão. Karinny está sofrendo um caso de alienação parental, não vê os filhos há tempos. É preciso sensibilizar a câmara”, disse a vereadora, que vai preparar uma moção na próxima semana para ser apresentada à casa. Para ela, há conivência da Justiça no caso, já que várias decisões favoráveis ao promotor foram tomadas em locais nos quais ele atuava. A ordem de prisão foi decretada pela juíza Raquel Toledo Fernandes Raposo (segunda vara de família de Caruaru) em outubro de 2014 e posteriormente, em dezembro, suspensa pelo juiz José Arnaldo Vasconcelos da Silva. Karinny passou vários dias escondida na capital temendo ser presa.

O caso chamou atenção pelo fato de a estudante ser bolsista do Programa de Pós-graduação em Educação Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco (campus Caruaru), recebendo uma bolsa mensal de R$ 1.500. O benefício não é classificado como vínculo empregatício. O promotor Fernando Portela, por sua vez, recebe, segundo ele mesmo, um salário de R$ 15 mil mensais.

Também estavam presentes à mesa Elizabeth Godinho, Secretária da Mulher do Recife; Marylusia Feitosa, juíza titular da Segunda Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Capital; Priscila Cordeiro, da Marcha Mundial das Mulheres; a advogada Liana Cirne Lins; Rosângela Santos, do Conselho Municipal da Mulher; e a própria Karinny Oliveira. Segundo ela, caso a ordem de prisão seja decretada, será proposto um acordo de pagar o montante com o dinheiro (R$ 9.700) arrecadado por movimentos sociais solidários à causa. "Quero conseguir quebrar o ciclo de violência e restaurar meu convívio familiar. Preciso rever meus filhos."

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