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O turista paranaense vítima de um ataque de tubarão nesta segunda-feira (21) enquanto fazia flutuação na Baía do Sueste, em Fernando de Noronha, ainda não tem previsão de alta. Ele foi transferido para o Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, área central do Recife, na manhã desta terça-feira (22), onde passou por procedimentos cirúrgicos e de cauterização.
De acordo com a assessoria de imprensa do HR, o estado de saúde do turista é estável. No entanto, a preocupação é que ele não desenvolva nenhuma infecção, que pode ser causada nesses casos pela quantidade de bactérias transmitidas pela mordida do animal. Ainda de acordo com assessoria da unidade médica, as próximas 72 horas são cruciais. O paciente deverá ficar em observação para evitar um possível quadro infecioso.
O HR não soube informar se o paciente irá pedir transferência para um hospital particular, mas informou que todos os procedimentos já foram tomados para agilizar o processo caso seja necessário. O paciente de 33 anos, que não teve a identidade revelada a pedido da família, perdeu a mão e parte do antebraço direito no ataque, ocorrido nessa segunda (21).
Turista paranaense, de 33 anos, atacado por um tubarão no Arquipélago de Fernando de Noronha, chega consciente e acompanhado da esposa ao Hospital da Restauração. As condições em que o ataque se deu ainda não foram totalmente esclarecidas. O desdobramento deste caso você confere no #TVJornalMeioDia, às 11h40
Posted by TV Jornal on Terça, 22 de dezembro de 2015
Em entrevista ao NE10 o médico Rogério Ehrhardt, chefe de plantão da Unidade de Trauma do HR, informou que o paranaense ainda não tem previsão de alta. A cirurgia durou cerca de uma hora. "Ele está passando por tratamento com antibióticos e vai passar alguns dias internados para realizar o tratamento; [é necessário] por causa da mordedura do animal infectada", afirmou. Ehrhardt disse ainda que o homem está consciente e orientado desde o acidente.
No hospital, o coronel Clóvis Ramalho, presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), ligado à Secretaria de Defesa Social (SDS), conversou com a esposa da vítima para tentar obter mais informações sobre o ataque.
Perguntado sobre o que poderia ter causado o ataque, o coronel informou que ainda estão sendo feitos levantamentos junto à vítima e aos pesquisadores que estão em Noronha para ter um posicionamento mais consolidado. Para ele, são muitas as hipóteses; entre elas o fato de o turista estar vestindo um colete vermelho, o que poderia ter atraído o animal. Além disso, as águas da praia ficam turvas neste período do ano e poderia ter havido um "erro de identificação" por parte do animal. Ramalho disse ainda que não acredita que o turista tenha tentado agredir o tubarão.
De acordo com a administração do arquipélago, o táxi aéreo que trouxe o homem ao Recife saiu às 6h03 (horário do Recife) de Noronha e chegou na unidade de saúde por volta das 8h. O turista veio acompanhado da esposa, que não quis falar com a imprensa.
Logo após o ataque, o rapaz foi socorrido por familiares para o Hospital São Lucas, único da ilha. Ele foi atendido pela equipe médica local, com reforço de um cirurgião, um ortopedista e um anestesista, que estavam na ilha a passeio. A viagem só ocorreu esta terça porque é probido voo à noite em Noronha.
Este é o primeiro ataque registrado na ilha deste de 1992, quando o Cemit foi criado e passou a fazer os levantamentos dos ataques.