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Os ataques de tubarão cresceram no mundo inteiro, principalmente nos Estados Unidos e Austrália, é o aponta o Arquivo Global de Ataques de Tubarão, da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. Somente no ano passado foram registrados 98 casos (ocasionando seis mortes) onde as vítimas acabaram perdendo membros, 26 a mais que em 2014. Segundo os mesmos estudos, o recorde de ataques havia sido 88, no ano de 2000. No Brasil, o único ataque de 2015 ocorreu em Fernando de Noronha, em dezembro.
Segundo o levantamento, a explicação para o aumento de ataques está ligado ao aumento da população. Cada vez mais, o ser humano se aventura a entrar mais ao mar. O movimento natural é de que, como mais pessoas ficam dentro da água, um número maior de interação acontece. Outro fator relevante para o recorde em 2015 é o El Niño. Com o aquecimento anormal das águas, já que o fenômeno vem sendo um dos maiores da história, aumenta o número de contato entre humanos e tubarões, já que os animais buscam mais alimento e as pessoas frequentam mais as praias.
Esses mesmos dados, só levam em consideração a situação na qual o homem não provoca o animal, ou seja, quando toca no tubarão, por exemplo.
NÚMEROS - Os Estados Unidos lideram o ranking com 58 ataques, sendo 30 deles apenas na Flórida. Em seguida vem a Austrália, com 18. No caso do Brasil, apenas um ataque foi registrado em 2015. Em dezembro, um turista paranaense foi a primeira vítima do animal na Ilha de Fernando de Noronha.
NORONHA - Em dezembro de 2015, um turista paranaense mergulhava na Praia do Sueste, em Fernando de Noronha, e foi atacado por um tubarão. O banhista foi levado ao Hospital da Restauração no Recife e teve parte do braço amputada. O homem de 33 anos afirmou não ter provocado nenhuma reação do animal e que tentou se proteger do tubarão quando foi mordido.
CURIOSIDADE/MENOS PERIGOSO - A universidade da Flórida chama atenção para que, embora menos assustadores, outros fatores registram mais casos letais que ataques de tubarão, como ataques de cachorros, raios e aranhas.
PERNAMBUCO - Um dos fatores para que os ataques tenham diminuído, está ligado ao trabalho preventivo e educativo que o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco tem realizado. Além das palestras preventivas que aconteciam palestras nas comunidades, associações de bairros, entidades religiosas e nas escolas, placas informativas foram instaladas em pontos estratégicos pela orla pernambucana, ao longo de 34 quilômetros de extensão, compreendendo o trecho entre Olinda e Cabo de Santo Agostinho, na zona sul do Estado, o que inclui praias muito frequentadas, como Boa Viagem, Candeias, Gaibu e Bairro Novo. Outro fator, para ampliar a prevenção, foi a proibição de esportes aquáticos de mergulho, natação e atividades náuticas ou aquáticas similares no litoral pernambucano.
Segundo o comandante do Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMAR), tenente coronel Valdy Oliveira, os guarda-vidas orientam ininterruptamente, as pessoas que ingressam no mar, apontando os locais mais seguros para o banho, retirando os mais ousados das áreas desprotegidas, especialmente dos locais onde há correntes de retorno, as chamadas "barretas". "Essa prática preventiva e educativa fez com que, não só diminuíssem os incidentes com animais marinhos, mas diminuíssem o número de afogamentos", falou.