Patrimônio

Pontes do Centro do Recife precisam de reparos urgentes

Nas ruas, população cobra da prefeitura serviços de manutenção nas pontes do Centro do Recife, em especial reparos no guarda-corpo e nas calçadas

Da Editoria Cidades
Cadastrado por
Da Editoria Cidades
Publicado em 19/07/2016 às 8:08
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
FOTO: Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Leitura:

No Centro do Recife há oito pontes históricas sobre os Rios Capibaribe e Beberibe fazendo a conexão entre os bairros do Recife, Santo Antônio, São José, Boa Vista e Santo Amaro. Todas precisam de manutenção. Desde a renovação da pintura desbotada à recuperação das calçadas e do guarda-corpo pichado, quebrado, oxidado e esburacado.

Os estragos são mais evidentes nas Pontes de Limoeiro, Buarque de Macedo e Maurício de Nassau. Na primeira, que liga a Avenida Norte ao Cais do Apolo, a maresia destrói aos poucos o guarda-corpo de ferro. Uma das placas de identificação da Ponte do Limoeiro, na cabeceira da Rua da Aurora (Santo Amaro), está apoiada numa calçada de pedra que está se desmontando.

 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
A Ponte de Limoeiro ocupa o local de uma ponte ferroviária de 1881 que ligava o Recife a Limoeiro - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Calçadas da Ponte de Limoeiro, no Centro do Recife, estão avariadas e precisando de reparos - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
A Ponte de Limoeiro ocupa o local de uma ponte ferroviária de 1881 que ligava o Recife a Limoeiro - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
A Ponte de Limoeiro, no Centro do Recife, está com o guarda-corpo de ferro oxidado e esburacado - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Inaugurada em 1890, a Ponte Buarque de Macedo encontra-se com o guarda-corpo rachado e quebrado - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Inicialmente feita de madeira, a Ponte Buarque de Macedo foi substituída por outra de concreto - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Pichação danifica pintura da Ponte Buarque de Macedo, que liga o Bairro do Recife ao de S. Antônio - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Balaústre do guarda-corpo da Ponte Buarque de Macedo, no Recife, está com as ferragens expostas - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Pichada e com mureta avariada, Ponte Maurício de Nassau liga o Bairro do Recife ao de Santo Antônio - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
A Ponte Maurício de Nassau foi construída no local da 1ª ponte erguida na América Latina, em 1643 - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Mureta de proteção da Ponte Maurício de Nassau, no Centro do Recife, quebrada e com ferragem exposta - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
A Antiga Ponte Giratória, entre os bairros do Recife e de São José, está coberta por pichação - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Construída em 1971, a Ponte Giratória substituiu outra ponte, de 1923, que abria para passar barcos - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Cais de acesso à Ponte 6 de Março (Velha) destruído e à espera de serviços de manutenção - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
A Ponte Velha faz a comunicação entre a Casa da Cultura e o Cais José Mariano, no Centro do Recife - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
A Ponte 6 de Março, no Recife, recebeu esse nome em homenagem à Revolução Pernambucana de 1817 - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
A Ponte 6 de Março, no Recife, recebeu esse nome em homenagem à Revolução Pernambucana de 1817 - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Construção de 1876, a Ponte da Boa Vista liga as Ruas Nova e da Imperatriz. Também está pichada - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
A Ponte da Boa Vista, no Centro do Recife, é feita com estrutura de ferro de origem europeia - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
 Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
A Ponte Princesa Isabel leva ao Palácio do Governo e substituiu a primeira ponte de ferro do Recife - Foto: Ashlley Melo/JC Imagem

 

“É uma situação horrível, as pontes do Centro do Recife estão abandonadas há muito tempo. Nem precisa de reportagem para mostrar a falta de manutenção e conservação. É só olhar. A prefeitura vive dizendo que faz obras, mas eu não sei onde estão. Eu não consigo vê-las”, afirma o contador Luiz Fernandes, ao passar pela Ponte Buarque de Macedo, entre a Praça da República e a Avenida Rio Branco (Bairro do Recife).

O guarda-corpo da Buarque de Macedo, uma construção que remonta ao fim do século 19, tem rachaduras em vários trechos, com reboco quebrado e ferragens expostas, além de pichações. As avarias afetam tanto os balaústres quanto o corrimão da mureta de proteção. O asfalto na faixa destinada à circulação de veículos é cheio de remendos. “O que acontece nas pontes se repete no restante da cidade”, acrescenta Luiz Fernandes.

Nem a famosa Ponte Maurício de Nassau, entre a Avenida Martins de Barros (Santo Antônio) e o Cais do Apolo, escapa da falta de cuidados no dia a dia. Não bastasse o guarda-corpo quebrado e com pintura descascada, trechos do piso da calçada estão estufados e com buracos. Numa das sacadas de contemplação, a estátua do poeta Joaquim Cardozo (1897-1978), sem nenhuma placa de identificação, teve a mão direita destruída.

As hastes decorativas das luminárias, em cada sacada, são entrecortadas por gambiarras de fios. Na cabeceira da Avenida Martins de Barros, a placa de identificação, que conta para moradores e visitantes um resumo da história do monumento, está danificada. A Maurício de Nassau assumiu o lugar da primeira ponte da América Latina, inaugurada em 1643 durante o Brasil holandês. Foi reconstruída em 1917.

Com 45 anos de uso, a Antiga Ponte Giratória foi erguida em 1971 para substituir a ponte que realmente girava, de 1923. Liga o Bairro do Recife ao de São José e está toda pichada, com rachaduras no guarda-corpo, placa de identificação sem texto e uma haste de luminária envergada. “Passo aqui direto e não vejo a prefeitura consertando nada”, comenta o mecânico José Alberto Dias.

“Vi muita calçada quebrada e as muretas quase caindo”, diz o estudante Herlon Gabriel do Nascimento Silva, 12 anos, que circulou em seis das oito pontes, na manhã de segunda-feira (18), para fazer uma tarefa escolar, acompanhado do avô Edvaldo Antônio Nascimento. “Botarei tudo isso no meu trabalho”, diz o garoto, aluno da Escola Marechal Rondon, em Tejipió.

A diretora de Manutenção Urbana do Recife, Fernandha Batista, informa que reparos no guarda-corpo e na iluminação das pontes são serviços de rotina. “A atividade de pesca e a maresia danificam a mureta com frequência”, afirma. Segundo ela, as pontes do Centro foram pintadas em 2015. “Se houver alguma necessidade, podemos repetir a pintura este ano (2016)”, diz.

Ela acrescenta que a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana faz o levantamento dos danos duas vezes por ano das pontes do Centro do Recife. “Vamos concluir esse trabalho em agosto próximo.” Engenheiros calculistas estão analisando a estrutura das pontes, no momento, declara.

Últimas notícias