Violência

Vinte e cinco agências dos Correios foram roubadas este ano

Número é igual ao de ocorrências registradas em 2015 inteiro

Margarette Andrea
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Margarette Andrea
Publicado em 03/08/2016 às 8:13
Alexandre Gondim/JC Imagem
Número é igual ao de ocorrências registradas em 2015 inteiro - FOTO: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Oferecendo vários serviços bancários, agências dos Correios do Estado já sofreram 25 investidas, este ano, entre assaltos, arrombamentos e uma explosão. O número é o mesmo registrado ao longo de todo o ano de 2015, segundo informa a Polícia Federal. A última aconteceu nesta terça pela manhã, na unidade de Sirinhaém, na Zona da Mata Sul. Depois de roubar um malote, com valor não informado, os bandidos levaram o gerente da loja e uma cliente como reféns e instantes depois liberaram os dois no distrito de Ibiratinga. 

De acordo com o comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar, major Renato Aragão, as investigações iniciais indicam que pelo menos seis pessoas, que utilizavam dois veículos, entraram armadas na agência, por volta das 11h e renderam funcionários e clientes, fugindo antes de a polícia chegar. “Eles não feriram ninguém, mas algumas pessoas passaram mal e precisaram ser atendidas pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)”, salienta.

O major acredita que se trata do mesmo grupo que investiu contra duas agências bancárias de Sirinhaém no dia 7 de julho, embora naquela ocasião a quadrilha tenha disparado vários tiros, espalhado grampos pelas vias e até colocado um cadeado no destacamento da PM, além de furar o pneu de uma viatura. “Eles são muito organizados e bem planejados. Sabiam que a polícia não chegaria porque as viaturas estavam em outras ocorrências”, avalia o militar. “A gente tá fazendo o que pode, mas, infelizmente, a demanda é grande”, comenta. Até as 21h de ontem, nenhum criminoso havia sido preso.

A Polícia Federal informa que, este ano, já prendeu 35 pessoas que participaram de assaltos a agências dos Correios e da Caixa Econômica Federal, desarticulando cinco quadrilhas. 

Estatísticas da SDS e da DRF são diferentes

Já as estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS) não batem com os números da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), responsável pelas investigações de assaltos a banco. Segundo a SDS, são 86 investidas no primeiro semestre deste ano, entre tentativas (34) e consumações (52), seis a mais do que no mesmo período do ano passado. Na Roubos e Furtos, são 73 investidas, contra 69 no ano passado. 

A diferença que mais chama a atenção é referente às ocorrências com explosivos – modalidade que tem sido a maior preocupação da polícia, conforme o gestor da DRF. São nove, de janeiro a junho deste ano e 17 no mesmo período de 2015, segundo a SDS. Pelos números da DRF, são 26 este ano e 22 no ano passado.

“Nós fazemos a triagem das ocorrências quatro vezes (de forma manual, para o setor administrativo, para o cartório e delegado) e trabalhamos em cima desses números. Talvez a diferença esteja nas submodalidades”, observa o delegado da DRF, Paulo Berenguer. Segundo ele, no primeiro semestre foram presas 55 pessoas por roubo a banco, aumento de 77% em relação ao mesmo período do ano passado, com 31 presos. O número de inquéritos enviados à Justiça também subiu 157%, passando de 21 para 54.

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