O delegado da Polícia Federal (PF) e ex-secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, defende a realização de um novo diagnóstico sócio-criminal no Estado, como forma de salvar o Pacto pela Vida (PPV). "É muito triste ver um projeto que fez história no Brasil e no exterior estar nessa situação", diz, numa referência aos índices de criminalidade e à sensação de insegurança em Pernambuco. A declaração foi em entrevista ao radialista Geraldo Freire e aos jornalistas Ivanildo Sampaio e Mirella Martins, no programa Passando a limpo, da Rádio Jornal, na manhã desta quinta-feira.
Segundo Damázio, a importância de um novo diagnóstico se deve pela necessidade de ajustes periódicos. "Na nossa época, era preciso lançar novas ações trimestralmente, assim como rever aquelas que estivessem estacionadas".
Ainda de acordo com o delegado, é preciso dar maior atenção aos registros de ocorrências. "Elas têm que virar inquérito policial, que tem que ser concluído e remetido ao Ministério Público. A denúncia, tendo justa causa, tem que dar origem a um processo criminal, que, por sua vez, tem que ser concluído. Sem isso, há um estímulo à impunidade".
Sobre a polêmica em torno dos reajustes da Polícia Militar - com iminência de uma paralisação a partir do dia 4 de janeiro de 2017 - Damázio explica que o momento deveria ser de pacificação. "As polícias precisam ser pacificadas. Em 2011 fizemos um acordo com os órgãos operativos em que realizamos um projeto de quatro anos para que não houvesse, ano a ano, aquela confusão para rever salários. Foi um acordo bom, mas (o então governador) Eduardo (Campos) me deu um puxão de orelhas, porque foi oneroso. E mais: tudo que é feito para uma polícia tem que ser feito para outra", disse, numa clara alusão à polêmica entre os reajustes concedidos à Polícia Civil, principal reclamação dos militares.
Sobre os assaltos a bancos com a utilização de explosivos, Wilson Damázio defendeu a integração da Polícia Federal nas ações. "A corporação ajudaria no trabalho de inteligência. Há delegacias em Salgueiro e Caruaru (PE), Juazeiro (BA) e Crato (CE), por exemplo. É obrigação da PF reprimir crimes interestaduais".