Zeppelin

Ambulâncias públicas viram sucata na área do futuro Parque do Jiquiá

O Parque do Jiquiá é uma promessa da Prefeitura do Recife para a Zona Oeste. As ambulâncias pertencem ao município

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 18/05/2017 às 8:08
Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem
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O Parque Científico e Cultural do Jiquiá, anunciado pela Prefeitura do Recife em março de 2012, deveria ocupar uma área de 32,4 hectares na Zona Oeste da cidade. Cinco anos depois da promessa, nenhum equipamento do Parque do Jiquiá foi instalado e parte do terreno virou depósito de veículos públicos fora de uso. Os carros largados no local estão sendo saqueados e virando sucata no meio do mato.

Antigo campo de pouso do Graf Zeppelin, a área do futuro Parque do Jiquiá só não está em pior situação porque lá funciona a sede da Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe) da Polícia Militar de Pernambuco. Dirigível de origem alemã, o Zeppelin fez mais de 60 viagens ao Recife de 1930 a 1937. A torre de atracação da aeronave, única existente no mundo, seria uma das atrações do parque.

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Ambulâncias da Prefeitura do Recife abandonadas na área do futuro Parque do Jiquiá - Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem
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Carros largados na área do futuro Parque do Jiquiá, no Recife, estão sendo saqueados - Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem
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O mato está engolindo carros abandonados na área do futuro Parque do Jiquiá, no Recife - Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem
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Veículo da Brigada Ambiental do Recife abandonado no terreno do futuro Parque do Jiquiá - Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem
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Secretaria de Saúde do Recife alega que repassou as ambulâncias para a Guarda Municipal - Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem
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Guarda Municipal informa que vai recolher as três ambulâncias largadas no Parque do Jiquiá - Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem
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Ambulâncias abandonadas pela Guarda Municipal na área do Parque do Jiquiá estão se deteriorando - Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem
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Equipamentos das ambulâncias públicas largadas no Parque do Jiquiá, no Recife, foram revirados - Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem
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Antiga sede do 12º Batalhão da PMPE, ocupada depois pela prefeitura, foi saqueada no Jiquiá - Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem
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Antiga sede do 12º Batalhão da PMPE, ocupada depois pela prefeitura, foi saqueada no Jiquiá - Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem
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Antiga sede do 12º Batalhão da PMPE, ocupada depois pela prefeitura, foi saqueada no Jiquiá - Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem

 

Na manhã de quarta-feira (17) havia três ambulâncias e três carros abandonados no terreno do Parque do Jiquiá. Os automóveis, dois do modelo Astra e um Gol, encontram-se sem placa de identificação. Num deles ainda é possível ler na porta lateral o nome e a logomarca da Brigada Ambiental da Prefeitura do Recife. A brigada, que hoje funciona no Jardim Botânico, no Curado, ocupou uma das edificações existentes no terreno.

As ambulâncias, de placas KJI–2931, KJI–4991 e KJI–3011, do Recife, servem de abrigo para aranhas e calangos e tiveram as instalações internas reviradas e destruídas. Sem uso, o antigo prédio de apoio da Brigada Ambiental (ex-sede do 12º Batalhão da Polícia Militar) encontra-se com portas, janelas e paredes quebradas. A fiação exposta no teto indica o roubo de lâmpadas. Ventiladores e outros materiais públicos guardados numa edificação próxima ao prédio sumiram, assim como o telhado do estacionamento.

REMOÇÃO

De acordo com a Secretaria de Saúde do Recife, as três ambulâncias foram repassadas à Guarda Municipal. O comando da instituição disse que enviará uma equipe ao campo do Jiquiá, nesta quinta-feira (18), para checar a informação e providenciar a remoção dos veículos. A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente da capital acrescenta que acionou a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano para providenciar a retirada dos carros.

“Também solicitamos à Emlurb (Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana) a remoção de restos de material de construção da época da implantação do metrô, deixados no local”, afirma Ubirajara Paz, gerente de Projetos Sustentáveis da secretaria. A área, diz ele, foi usada como canteiro de obra. A implantação do Parque do Jiquiá é de responsabilidade da pasta.

Ubirajara Paz garante que o projeto do Parque do Jiquiá está mantido. Mas não há prazo para conclusão. A primeira etapa, orçada em R$ 5.939.839,04 e iniciada em 2012, ainda não terminou. Os recursos são do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Com o dinheiro, a prefeitura pagou a obra de restauração da antiga torre de atracação do Zeppelin (o primeiro pouso completa 87 anos segunda-feira próxima, 22 de maio) e de paióis erguidos no terreno para armazenamento de munições durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O serviço nos paióis foi interrompido. A verba financiou a elaboração do projeto do parque e a pesquisa arqueológica no local.

CERCA

Parte desse valor vai bancar o cercamento da área do Parque do Jiquiá e a construção de guaritas para controle de acesso, informa Ubirajara Paz. O serviço deve começar em agosto, com prazo de quatro meses para execução. “Com essa estrutura, em janeiro (2018) podemos agendar visitas e receber escolas para mostrar as trilhas dos paióis, a área verde e a torre do Zeppelin”, declara.

A segunda etapa – restauração de prédios para atividades educacionais de robótica – e a terceira fase – planetário, biblioteca, museu – dependem de convênio com novos parceiros. A prefeitura também precisa resolver a situação de famílias pobres que construíram casas nos limites do futuro Parque do Jiquiá.

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