Patrimônio

Ponte Princesa Isabel e Ponte Buarque de Macedo livres da fiação aérea

Os fios de energia elétrica e telecomunicações na Ponte Princesa Isabel e na Ponte Buarque de Macedo, no Centro do Recife, serão embutidos

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 08/06/2017 às 8:08
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Os fios de energia elétrica e telecomunicações na Ponte Princesa Isabel e na Ponte Buarque de Macedo, no Centro do Recife, serão embutidos - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Sabe aqueles ninhos de fios que se destacam em todas as fotos das pontes históricas do Centro do Recife? Pois eles vão desaparecer da Ponte Buarque de Macedo e da Ponte Princesa Isabel, ainda em 2017, com a obra de implantação da iluminação cênica e da fiação embutida nos dois monumentos. Todos os fios das empresas de energia elétrica e telecomunicações deixarão de ocupar o espaço aéreo e passarão por tubos instalados sob as edificações.

A obra, iniciada em maio, está prevista para terminar em setembro. É uma parceria da Prefeitura do Recife, que elaborou o projeto, com a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, que conseguiu os recursos. A Ponte Buarque de Macedo liga a Praça da República (bairro de Santo Antônio) ao Cais do Apolo (Bairro do Recife). A Ponte Princesa Isabel faz a comunicação entre a Rua da Aurora (Santo Amaro) e a Rua do Sol (Santo Antônio).

“Concluímos a colocação dos dutos por baixo da Buarque de Macedo e instalamos os 26 postes da nova iluminação”, informa a secretária-executiva do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), Manoela Marinho. As luminárias, com lâmpadas de LED, mais econômicas, estão apoiadas no guarda-corpo. Na Ponte Princesa Isabel, 90% do serviço sob a ponte está pronto. O próximo passo é instalar os 22 postes de iluminação, com luminárias.

Manoela Marinho informa que as lâmpadas podem mudar de tonalidade de acordo com as festas organizadas pelo município – aniversário do Recife, Natal, Carnaval, São João. Basta um comando e a lâmpada assume a cor programada. “É isso que se chama iluminação cênica, ela se integra à arquitetura da cidade”, explica. A intervenção foi aprovada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Quem passa pela Buarque de Macedo e pela Ponte Princesa Isabel não consegue ver o serviço de implantação dos dutos, mas percebe a movimentação de operários nas cabeceiras das pontes, construindo as caixas de visita para a manutenção dos fios. “Vamos começar a colocar os fios na tubulação até o fim de julho”, diz Manoela Marinho. A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) vai passar os fios de eletricidade.

“Nós vamos passar a fiação das empresas de telecomunicações (telefone e internet)”, informa Manoela Marinho. A retirada dos fios aéreos e dos postes velhos só pode ser feita quando a nova fiação estiver totalmente alimentada, acrescenta. A obra de implantação da iluminação cênica e da fiação embutida nas duas pontes custa R$ 2,9 milhões, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

PROJETOS

A prefeitura tem projetos para iluminação cênica de monumentos do Bairro do Recife, como a Igreja da Madre de Deus e a Torre Malakoff, e pretende embutir a fiação das outras seis pontes históricas do Centro. Faltam recursos. “Pelo Prodetur – vinculado à Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer do Estado – conseguimos incluir duas pontes. O programa atende vários municípios do Estado”, explica Manoela Marinho.

Inaugurada em 1890 e reconstruída em 1923, a Buarque de Macedo tem 290 metros de extensão e é a mais longa das oito pontes históricas do Centro do Recife. A Ponte Princesa Isabel, construída em concreto no ano de 1913, substitui uma ponte de ferro do século 19, erguida em 1863. Foi restaurada em 1967 após as cheias de 1965 e 1966.

“Muito bom retirar os fios das pontes, eles atrapalham todas as fotos”, declara Ednaldo Venceslau Gomes da Silva, morador do município de Glória do Goitá, na Zona da Mata Norte do Estado. “Esses postes cheios de fios são feios numa cidade tão bonita. E quando chove deve ser um perigo, porque pode vazar corrente”, pondera Ednaldo Gomes, em visita à capital pernambucana.

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